quinta-feira, 17 de novembro de 2022

OITO BILHÕES

 


A data de referência é o dia 15. Mas, tenha sido hoje ou ontem, seja amanhã ou na semana passada, nossa querida Terra chegou à marca de 8 bilhões de habitantes. Oito seguido de nove zeros. Para se ter uma ideia do tamanhão deste número, se você começasse a contar agora, com a voz pausada e sem parar um segundo, só terminaria em novembro de 2075.

Quando eu nasci, em 1940, o mundo contabilizava 2 bilhões de pessoas; ou seja, no espaço de uma vida (a minha), o número de moradores deste planetinha multiplicou-se por quatro. Hoje temos mais seis bilhões de pares de pulmões e seis bilhões de bocas metabolizando ar, água e comida do que no ano do meu nascimento. E olhe que tivemos, neste hiato de tempo, nada mais nada menos do que uma guerra mundial e algumas catástrofes ecológicas e sanitárias. Nada que pudesse impedir a festa do crescimento demográfico.

E essa nossa eficiência em povoar o mundo revela-se numa espetacular progressão geométrica, especialmente de 220 anos para cá. Levamos duzentos mil anos para chegar ao primeiro bilhão, no ano de 1800. E, excetuando-se o interregno da Peste Negra, havíamos crescido sem parar.

Mas nada em comparação ao ritmo que se observou no século vinte, especialmente no período entre 1950 e 1970, impulsionado pelo histórico baby boom (terminada a Segunda Guerra Mundial, milhões de jovens soldados retornaram a casa pensando numa só coisa...). Durante aqueles vinte anos, o aumento populacional anual foi de 2,3%.

Este percentual é hoje de 1,1%. O ritmo abateu-se. As estatísticas mostram que, atualmente, há 140 milhões de nascimentos e 60 milhões de mortes por ano; as previsões indicam que, com a diminuição progressiva de partos, em algum tempo perto de 2100 haverá um empate. Daí para a frente, só declínio.

Razões? É difícil precisar. Não é por falta de recursos naturais, pois a nossa dadivosa mãe Terra, embora maltratada, parecer ter ainda capacidade de nos alimentar por muito tempo. Nos dias de hoje, os problemas de fome e necessidades devem-se mais a uma distribuição desigual do que à escassez. Pode ser mais um ciclo, dos muitos que regem a Natureza.

Só sei que, de duzentos mil anos para cá, conseguimos espalhar-nos pelos mares e continentes, e assegurar nosso lugar no topo da cadeia alimentar. Quanto tempo durará este reinado?

Oswaldo Pereira
Novembro 2022

4 comentários:

  1. Mto bom. Interessantíssimo ! Assim entendido, fica-se com a sensação de que ainda temos e ainda teremos, mais espaço. Mto reconfortante! Obrigada!

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  2. Ou q saia do fundo da Terra um
    dragão q altere o mapa e mude os lugares dos mares.

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