terça-feira, 31 de maio de 2022

BOND 60 (20): THE MAN WITH THE GOLDEN GUN (PARTE II)

 


Escapando de seus perseguidores depois da perigosa manobra, Bond vai ao encontro de Mary Goodnight, uma assistente enviada pelo MI6 e sua conhecida de outras missões.  Acontece um clima de romance entre os dois num jantar à luz de velas e, entre um gole de champanhe e outro, ele faz um bride por agora e pelos dias que virão. Isto mesmo, em bom Português!

Enquanto isso, Scaramanga mata Hai Fat para apoderar-se de seu império. Andrea Angers, a amante do pistoleiro, querendo fugir de seu jugo, resolve procurar Bond e aparece em seu quarto no momento em que 007 e Goodnight se preparam para passar a noite juntos. Com a assistente escondida no armário, Bond não se furta aos avanços de Andrea, obtendo dela a promessa lhe entregar o solex.

Os dois combinam o local da entrega nas arquibancadas de um estádio de luta. Quando Bond chega e senta ao lado dela, ele percebe que a mulher está imóvel. Um tiro certeiro de Scaramanga a havia matado. Mesmo assim, Bond consegue apoderar-se do solex e, numa cena de perseguição, o entrega a Goodnight. Mas a garota acaba sendo abduzida pelo bandido e levada para sua ilha tropical.

O CENÁRIO DA ILHA DE SCARAMANGA, EM PHUKET (TAILÂNDIA)


Bond segue sua pista pilotando um pequeno hidroavião. Ao chegar à ilha, Scaramanga lhe mostra um sofisticado sistema de captação de luz solar e de sua transformação em energia, usando o solex. Seu objetivo é obter uma incalculável fortuna, vendendo a aparelhagem a um dos grandes poderes internacionais ou chantagear os árabes, que perderiam a hegemonia energética no mundo. Mas, o grande desejo de Scaramanga é realizar um duelo com Bond.

Ao final de um intrincado confronto dentro da mansão de Scaramanga, com o anão Nick-Nack projetando um cenário de armadilhas visuais, Bond, é claro, vence. Goodnight e o agente embarcam então num providencial junco chinês, não sem antes 007 destruir todas as instalações existentes na ilha. No barco, Bond ainda tem de dominar Nick-Nack, que ali se escondera, antes de prosseguir numa romântica viagem pelos mares da China com sua assistente. FIM.

Guy Hamilton continuou na direção, emplacando seu quarto Bond. O mesmo acontecendo como os roteiristas Richard Maibaum e Tom Mankiewicz. A escolha do elenco ficou na mão de Albert “Cubby” Broccoli. Roger Moore obtivera boas críticas por Live and Let Die e começava a deixar sua marca pessoal na interpretação do personagem, afastando-se cada vez mais do estilo Connery. Para fazer o vilão Scaramanga, depois de Jack Palance ter recusado o papel, Cubby chamou Christopher Lee, um ator já consagrado, além de primo distante de Ian Fleming e seu companheiro em partidas de golfe. Lee, inclusive, fora uma preferência do autor para encarnar Dr. No, então representado por Josef Wiseman.  

O vilão coadjuvante, Nick-Nack, foi personificado por Hervé Villechaize, que depois se eternizaria na TV como Tatoo, no seriado Fantasy Island. As Bond girls foram interpretadas pelas suecas Maud Adams (Andrea Angers) e Britt Eckland, mulher do ator Peter Sellers (Mary Goodnight). Indicando já a vertente cômica que iria caracterizar os filmes de Roger Moore, Broccoli pediu que Maibaum e Mankiewicz voltassem a incluir a figura do xerife abobalhado J. W. Pepper (representado por Clifton James) no roteiro.

MAUD ADAMS, ROGER MOORE & BRITT ECKLAND


John Barry, mais uma vez, foi o responsável pela trilha sonora. A música-título, com letra de Don Black, foi cantada pela escocesa Lulu e desfavoravelmente recebida pela crítica, que a considerou cheia de conotações sexuais e imagens de duplo sentido... Se quiser conferir, é só clicar neste     LINK .

The Man With The Golden Gun marcou o início de uma fase de declínio da série, que seguiria com The Spy Who Loved Me e se agravaria com Moonraker. Além do desgaste natural que os filmes de agentes secretos experimentavam, essas três produções foram acusadas de amolecerem a imagem do agressivo, violento e às vezes cruel agente criado por Fleming.

Mesmo assim, estreando em dezembro de 1974 em Londres, o filme, que custara U$ 7 milhões aos cofres da EON, retornou até hoje US$ 98 milhões.

(continua)

Oswaldo Pereira
Maio 2022

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