Torço fervorosamente para que a notícia
seja fake. Mas, dizem que a
Universidade de Oxford está considerando retirar de suas pautas musicais obras
de Bach, Beethoven e Mozart, entre outros compositores, por serem “muito coloniais”,
segundo a informação, e por evidenciarem a “supremacia branca” na música
clássica.
Tem de ser fake. Porque, se não for, tudo indica que estamos entrando num período de loucura coletiva, de alienação destravada que ultrapassa até os tenebrosos tempos da Inquisição e de outros períodos em que o obscurantismo da Era das Trevas dominou o planeta.
Uma música branca?! É este o argumento desses energúmenos? Mas, desde quando música tem cor? Será que Wolfgang, Ludwig e Johann Sebastian estavam preocupados com o matiz de suas geniais fugas, seus scherzos e suas sinfonias enquanto, à luz de velas, enchiam as partituras com suas notas imortais?
Será que permitimos o politicamente correto chegar a este ponto? E, se é assim, vamos permitir também que este mesmo raciocínio demente seja aplicado às pinturas? Vamos assistir, impávidos e retraídos, quando determinarem que a “Última Ceia” seja apagada da capela de Santa Maria Maggiore, em Milão, só porque não há nenhum negro sentado à Santa Mesa? Ou que o David de Michelangelo seja destruído a marteladas porque, afinal, o mármore é branco?
Já de há muito que os sinais vêm aparecendo. Vocábulos tradicionais sendo tachados de preconceituosos, expressões antes empregadas no contexto de sua ingenuidade popular indo para o Código Penal como perturbadoras da ordem. Piadas que provocavam nada mais que um riso descontraído numa mesa de bar virando caso de polícia.
Estamos ficando cada vez mais emudecidos. Atualmente, até a pintura dos automóveis varia entre o branco, o preto e o cinza. Acabou a cor, a verve, o chiste. A alegria.
Comemoramos, há dias, os sessenta anos do voo espacial de Iuri Gagarin, aquele que disse que a Terra era azul. Perdoe-me, camarada cosmonauta. A Terra não é mais azul. É cinzenta. E o Mundo não é mais redondo. É Chato!
Oswaldo Pereira
Abril
2021
A tolice eventualmente pode ser triste, mas na maioria dos casos é risível ou deplorável.
ResponderExcluirNeste caso, está mais para o esquecível...
ExcluirO politicamente correto é na verdade um correto absurdo. Por via das dúvidas, não admito mais ser chamado de branco e sim de eurodescendente.
ResponderExcluirAcabaram até com a ironia. No fundo acho que a ignorância é um fenômeno social cíclico que reinou na idade média e agora, quando a ciência atinge páramos jamais atingidos, fico até na dúvida se já não tivemos fases tão brilhantes apagadas por fenômenos obscurantistas como estamos vivendo na fase atual do "
ResponderExcluir... "politicamente correto". Absurdo dos absurdos. Até a música de Wagner que enaltece a mitologia germânica, teve a beleza de suas melodias filtradas pela própria ISRAEL!
ResponderExcluirLembro-me muito do genial Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta e seu FeBeaPá.
ExcluirSe eu tivesse um décimo do seu talento, escreveria um livro chamado "A Era dos Imbecis"...
Parece que a racionalidade humana está em processo acelerado de involução. Se for verdade o que você nos trouxe nesta crônica em breve só teremos as Anitas e Pablos Vitar da vida. Na visão imbeciloide essa é a música que atende ao politicamente correto.
ResponderExcluirNão há dúvida que, intelectualmente, o mundo está involuindo. O que me preocupa, é a velocidade dessa involução. Talvez, eu não seja muito apanhado por ela, mas fico pensando nos meus filhos e netos.
ExcluirVocê definiu bem essa lamentável tendência, Oswaldo: "raciocínio demente". Mais do que revoltada, fico muito triste de ver como caminha nossa humanidade. Abraço.
ResponderExcluirAna, veja a resposta que dei ao meu amigo Zé Correa, acima. Parafraseando Aldous Huxley, "Stupid New World"...
ExcluirOla Oswaldo
ResponderExcluirLendo um trecho do Erico Verissimo no romance o retrato entre Rodrigo,amante da boa musica clasica e seu colega Carbone enfatizava que a musica nao tinha fronteiras nem idiomas muito menos digo eu cor .ha belad interpretacoes de musica andina ou de famosos boleros mais tocados no mundo inteiro sem deixar de mencionar belos blues e jaz sem atribuicao de cor do interprete ou compositor.
so pode ser um absurdo do tamanho da terra que esta se tornando cinzenta .
Emilio Gonzalo
Digo belas.
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