São frágeis, são meigas, são feras. São mães. São santas,
são escravas, ao mesmo tempo são rainhas. São donas do mundo.
São usinas de amor, são princesas, são plebeias. Afrodites,
Medeias. Às vezes, do nada, riem. E choram...
Às vezes são planície, remanso de lagunas, brisa leve. De
repente, são vendavais de lágrimas, engolem amargores, toneladas de fel. E, sem
que percebamos, cozinham o mel que nos irá prender.
E nós, homens, vamos para o doce cativeiro na ilusão de que
temos a chave do cadeado, servos na dominação, aprendizes na lição, débeis na
fortaleza. Somos superfície, tábula rasa, simplória simplicidade. Somos imediatos, terrenos. Sem elas somos
pequenos, meninos.
Elas são o invólucro e o conteúdo. Até são poesia quando querem. Antífonas e
epifanias, alguns dias. Outros não. Aí, podem ser danação, abismo. Mas também
podem, e são, a fala macia, a mão que acaricia, o perdão. São tudo isto e o céu
também.
São selva intrincada. Uma charada. Tentar entendê-las? Prá que?
É melhor admirá-las, porque o merecem. Respeitá-las, porque é de lei. E homenageá-las
hoje. E sempre...
Oswaldo Pereira
Março 2015
Caro Primo,
ResponderExcluirNessa belíssima e merecida homenagem às mulheres, você mais uma vez brinda todos nós seus leitores com sua prosa em versos de rara inspiração.
Novamente parabéns!
Geraldo
Delicioso ! Palavras fazerem com que alguem experimente sentir-se um enigma. Decifrável...ou não. Obrigado. rs. De fato, a leitura escreve também um sorriso no rosto do leitor. Do começo ao fim.
ResponderExcluirReli o texto. Deliciosa tb a ilustração.
ResponderExcluirE merci pour toutes les femmes ... gostei da delicadeza do texto !
ResponderExcluirFifi