domingo, 8 de março de 2015

MULHERES




São frágeis, são meigas, são feras. São mães. São santas, são escravas, ao mesmo tempo são rainhas. São donas do mundo.

São usinas de amor, são princesas, são plebeias. Afrodites, Medeias. Às vezes, do nada, riem. E choram...

Às vezes são planície, remanso de lagunas, brisa leve. De repente, são vendavais de lágrimas, engolem amargores, toneladas de fel. E, sem que percebamos, cozinham o mel que nos irá prender.

E nós, homens, vamos para o doce cativeiro na ilusão de que temos a chave do cadeado, servos na dominação, aprendizes na lição, débeis na fortaleza. Somos superfície, tábula rasa, simplória simplicidade.  Somos imediatos, terrenos. Sem elas somos pequenos, meninos.

Elas são o invólucro e o conteúdo.  Até são poesia quando querem. Antífonas e epifanias, alguns dias. Outros não. Aí, podem ser danação, abismo. Mas também podem, e são, a fala macia, a mão que acaricia, o perdão. São tudo isto e o céu também.

São selva intrincada. Uma charada. Tentar entendê-las? Prá que?

É melhor admirá-las, porque o merecem.  Respeitá-las, porque é de lei. E homenageá-las hoje. E sempre...

Oswaldo Pereira

Março 2015

4 comentários:

  1. Caro Primo,
    Nessa belíssima e merecida homenagem às mulheres, você mais uma vez brinda todos nós seus leitores com sua prosa em versos de rara inspiração.
    Novamente parabéns!
    Geraldo

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  2. Delicioso ! Palavras fazerem com que alguem experimente sentir-se um enigma. Decifrável...ou não. Obrigado. rs. De fato, a leitura escreve também um sorriso no rosto do leitor. Do começo ao fim.

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  3. Reli o texto. Deliciosa tb a ilustração.

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  4. E merci pour toutes les femmes ... gostei da delicadeza do texto !
    Fifi

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