terça-feira, 23 de maio de 2017

A DESPEDIDA DE UM 007


O primeiro dos seis a nos deixar.

Roger Moore “assumiu” o cargo em 1973, depois do breve interregno de George Lazenby e do retorno apenas protocolar de Sean Connery. Connery estava cansado do papel (enfado claramente visível na atuação para cumprir tabela em Diamonds Are Forever) e despediu-se em 1971.

Coincidentemente, Moore também aborrecera-se com The Persuaders, apesar do grande sucesso do seriado, em que encarnava um playboy aristocrático inglês ao lado de Tony Curtis. Os dois tinham fama de serem os atores mais belos da época e a produção contava com isto para seduzir o público feminino. O problema é que, ao mesmo tempo, outra atração desviava a audiência e disputava a primazia nos televisores de todo o mundo. Era Missão Impossível.

Assim, logo que foi sondado para ocupar a vaga por Albert Cubby Broccoli, o produtor dos filmes de James Bond, Roger Moore aceitou. E aí começou a mais longeva, até agora, associação de um ator com o personagem. No total, 12 anos e 7 filmes.

Foi uma mudança de estilo. O lado bruto de Connery deu lugar ao viés gentleman de Moore, ao que não faltavam pitadas de humor britânico e uma atuação mais relaxed. Muita gente torceu o nariz, mas o sucesso garantiu-se. Moore, além da experiência de The Persuaders, havia dominado a telinha com seu trabalho como Simon Templar, o Santo, que reinou durante a década de 1960. Tinha estrada. E soube usá-la.

A bilheteria confirma isso. Os sete episódios estrelados por ele renderam líquidos US$ 1,1 bilhão aos cofres da franquia e assegurou sua sobrevivência no período morno que se seguiu com Timothy Dalton no papel.

Em 1985, Roger Moore aposentou-se como 007. Logo após, foi nomeado Embaixador da UNICEF, posto a que se propusera desde que se horrorizara com a miséria no subcontinente indiano, durante as filmagens de Octopussy, e que lhe valeu receber o título de Cavaleiro do Império Britânico.

Fare thee well, Sir Roger Moore.

Oswaldo Pereira

Maio 2017

6 comentários:

  1. Não estava sabendo. Que perda irreparavel para uma Futura reuniao dos ex-007s.
    Não gotava muito dele como Bond mas ele marcou presença com sua forma divertida e austera de fazer o papel. Ele deixou bem claro em alguns filmes que não levava aquilo a serio. Rest in Peace.
    Bruno

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  2. Vc podia escrever essa página ficcional do encontro dos Bonds, ou mesmo o de Ian e Roger

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