A interrogação faz sentido. Retrospectiva? 2021 não merece. Êta ano chocho...
Poderia até ter sido o ano da Esperança, passar à História como o paladino da salvação, o ano da Vacina, a vitória final sobre o COVID. Esperava-se que o negror da Pandemia, o monstro que assombrou 2020 e marcou-o para sempre, se esfumasse depois das picadelas em todo o planeta. Qual o que...
O bichinho continua aí, ganhando apelidos gregos e driblando as imunizações, os cuidados, os lockdowns e os distanciamentos. Tudo indica que, como seu primo H1N1, não irá embora, ficará por aí nos assombrando, uma chatice crônica e incômoda. Estamos terminando o ano ainda às voltas com restrições, máscaras, dúvidas, terceiras doses e discussões sobre o passaporte sanitário.
Por isto, e por tudo o mais, este ano não aconteceu. E, no pouco que nos trouxe, foi dissimulado, evasivo e inconcludente.
A começar pela Política. Joe Biden não podia ser mais parecido com ele. Com um carisma de ameba desidratada, caiu como uma luva neste ano amorfo. E ainda carrega uma sombra imprevisível nas costas. Como dizem por lá, Kamala Harris is one heartbeat away (está a uma batida de coração) da presidência.
JOE BIDEN |
PRÉ-CANDIDATOS |
Foi-se também Phillip, o príncipe-modelo. Angela Merkel terminou seu reinado. Erupções, tornados e aluviões somaram-se aos percalços da pandemia. Até a Web deu um soluço e o curto apagão nos mostrou o tamanho da nossa dependência.
Enfim, um ano que passou na sombra sinistra de seu antecessor. E que deixa em seu rastro uma Humanidade cansada e, em bom Português, de saco cheio.
Em algarismos romanos, o ano que vai nascer daqui a algumas horas escreve-se MMXXII. Tudo em dobro, como na visão do bêbado. Só espero que não seja repetitivo.
UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS!
Oswaldo Pereira