Às vezes, faltam palavras.
Para quem se mete a escritor (indevidamente) com eu, é como faltar o ar, uma apneia angustiante e desesperada.
O que dizer? Como dizer?
A pedra de onde garimpo as mal traçadas
linhas de minha prosa, já pequena por natureza, ou as rimas pobres e tortas de
minha poesia capenga, está dura, impenetrável, um cascalho que não se tornará
diamante, um granito negro e invencível.
Mas, hoje, especialmente hoje, eu preciso delas, de uma inspiração sublime, uma chuva de frases perfumadas e melodiosas que encharque minha pena virtual e escorra para o teclado deste laptop mudo, as trovas de um poeta endeusado suspiradas por misericórdia em meus ouvidos, e sua voz dizendo toma, leva, são tuas...
Mas, o que digo eu?
Nem assim, nem que todos os meus anseios de encontrar a estrofe encantada ou um parágrafo genial, com ou sem a ajuda de deuses da poesia e das gotas espalhadas por nuvens carregadas de magia, fossem atendidos, poderia eu encontrar a louvação certa que vocês, mulheres, merecem hoje. E sempre.
A vocês, é tudo devido. E é assim porque vocês dão vida. Já seria o suficiente. Mas, o eterno feminino da entrega a fundo perdido de um coração de mãe, as jornadas sobrepostas que sustentam lares e sonhos, a força imensa e insuspeitada que, durante séculos, enfrentou preconceitos, desrespeitos submissões e violência são coisas que as palavras (ah, as palavras, vãs palavras) não conseguirão jamais verbalizar.
O mais que eu consigo é isto. Uma tosca, mas reverencialmente sincera, homenagem.
Oswaldo
Pereira
Março
2021
Obs.: Também nos anos anteriores, neste mesmo blog, eu fiz outras tentativas de achar a homenagem certa. Se quiserem conferi-las, aí estão os links.
Gracias Oswaldo, por tus maravillosas palabras que alegran el corazón. Todos los años nos mandas un homenaje, pues eres el único que lo hace de esa forma tan delicada que llega hasta el Alma. Que Dios te bendiga. Gianna
ResponderExcluirSoy yo que te digo gracias...
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