Alô, moçada das novas gerações. Morreu Esther
Williams.
Esther, quem?!...
Pois é. Só mesmo para a turma que já passou dos
setenta a noticia faz tilintar algumas lembranças, ou ainda, faz respingar
água clorada em cima de retalhos de memórias. Para as meninas e os meninos de
sessenta para baixo, o nome ecoa em neurônios vazios.
Então, deixem-me contar.
Esther Jane Williams foi uma estrela diferente.
Nas palavras dela própria, não sabia cantar, dançar ou representar. Mas fazia
uma coisa muito bem: nadava como um peixe. Ou melhor, como uma sereia. Este foi
o apelido-sinônimo da ruiva de olhos verdes que dominou as telas e encheu os
cofres da MGM entre 1942 e 1956. Foram 25 filmes, a maioria deles tendo
piscinas gigantes como base do roteiro e uma história que envolvesse um romance
açucarado com o ator de sucesso do momento. Foram vários, desde Mickey Rooney a
Clark Gable, passando por Peter Lawford, Victor Mature, Gene Kelly, Van
Johnson, Howard Keel e Ricardo Montalbán. Até Tom & Jerry contracenaram com
ela. Anos mais tarde, ela própria declarou: All
they ever did for me at MGM was change my leading man and the water in my pool (tudo
o que fizeram por mim na MGM foi trocar meu galã e a água da minha piscina...)
Mas, na era do technicolor, Esther
reinou suprema, chegando a ser a segunda atriz mais bem paga pelo famoso
estúdio (a primeira era Betty Grable).
Nascida em 1921 na Califórnia de uma família
pobre e numerosa, aos oito anos já trabalhava na piscina de uma escola das
vizinhanças contando toalhas. Lá aprendeu a nadar e com dezesseis começou a
ganhar competições de natação pelo Los Angeles Athletic Club. Em 1939, foi
escolhida para integrar o time olímpico dos Estados Unidos. Seu grande sonho
era então ganhar uma medalha nos Jogos de Tóquio, no ano seguinte. A Segunda
Guerra Mundial não deixou isto acontecer. Mas, em compensação, abriu-lhe uma
carreira inesperada.
"ESCOLA DE SEREIAS" |
Em 1940, um espetáculo aquático-musical chamado
Acquacade resolveu selecionar
nadadoras de primeira linha para contracenar com Johnny Weissmuller, o mais
famoso Tarzan das telas e, ele mesmo, nadador de competição (cinco medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1924 e 1928). Das 75 concorrentes, ele escolheu Esther Williams. Daí para
Hollywood, foi um passo. Melhor dizendo, uma braçada.
Nos próximos 14 anos, ela foi um dos rostos
mais fotografados do planeta. Sua influência foi poderosa na divulgação do nado
sincronizado e no aumento da venda de piscinas domésticas. Sabendo que a fama
não dura para sempre, criou uma griffe de
roupas de banho que até hoje é extremamente conceituada.
Em 2007, um AVC prendeu-a a uma cadeira de
rodas. Mas, até morrer anteontem, aos 91 anos, ainda entrava diariamente na
piscina de sua casa.
E, quer saber, foi vendo suas evoluções na água que me convenci a, aos nove anos, ir aprender a nadar, no
Copacabana Palace, onde as aulas eram dadas por Maria Lenk, outra nadadora de
carreira olímpica.
Mas, isto é outra história.
Aproveitem para conhecer melhor Esther Williams no pequeno filme abaixo.
Oswaldo Pereira
Aproveitem para conhecer melhor Esther Williams no pequeno filme abaixo.
Oswaldo Pereira
Junho
2013
Os sexagenarios também curtiram esta fantastica nadadora... filmes água com açúcar que alegravam a vida...
ResponderExcluirMuito legal a MGM apreciar o talento dela fazendo filmes valorizando a sua performance, mesmo não sendo como atriz, como nadadora.
ResponderExcluirEu nunca vi um filme com ela, mas gostei muito desse filmezinho ...
"Chapeau" por ter pensado nela.
Fifi
Muito bem descrito!!! Vi alguns trechos de Sessão da Tarde com ela!!
ResponderExcluirEra um tempo romântico!!!
E que legal que você teve uma professora histórica!!!