Com
A View To A Kill, Michael G. Wilson, que havia trabalhado nos roteiros dos
três filmes anteriores com o veterano Richard Maibaum, tornou-se coprodutor,
juntamente com seu padrasto Albert “Cubby” Broccoli, da franquia. Wilson
começara suas atividades na EON com apenas 20 anos, em 1962 e, lembrando um
pouco a mania de Alfred Hitchcock, apareceu como figurante não creditado na
maioria dos filmes da série. Além disso, foi o responsável por atenuar as
ideias mais extravagantes de seu colega Maibaum. No script original de A
View To A Kill, Maibaum imaginava que Zorin, no seu plano para destruir o
Vale do Silício, iria manipular o cometa de Halley (!) e precipitá-lo sobre a
California. Wilson conseguiu dissuadi-lo...
As filmagens começaram em agosto de 1984 com um orçamento de US$ 30 milhões (viria retornar aos cofres da EON cerca de cinco vezes esse valor) e a produção estreou em maio do ano seguinte no Palace of Fine Arts, em São Francisco. Ascot, o Castelo de Chantilly, a Torre Eiffel e, predominantemente, São Francisco (talvez a cidade que mais foi utilizada como cenário da história do cinema), além dos estúdios Pinewwod na Inglaterra foram os palcos das cenas.
Tanya Roberts, que aparecera como Sheena, A Rainha das Selvas um ano antes, foi a escolha para fazer a Bond girl principal, a geóloga Stacey Sutton. Contudo, o papel feminino mais impactante seria vivido pela exótica Grace Jones, como May Day, a poderosa assistente de Zorin. David Bowie e Sting foram convidados para representar o vilão, mas declinaram. O papel acabou indo para o já consagrado ator Christopher Walken, famoso por seu icônico trabalho em The Deer Hunter. Mais um integrante do seriado The Avengers (Honor Blackman e Diana Rigg já haviam participado de outros Bonds), Patrick MacNee, foi escalado como o malogrado Geoffrey Tibbet. Uma curiosidade: um ainda desconhecido Dolph Lundgren que, então namorado de Grace Jones, andava pelo set, acabou sendo convidado pelo diretor John Glen para figurar numa cena como um anônimo militar soviético.
![]() |
CHRISTOPHER WALKEN (ZORIN) & GRACE JONES (MAY DAY) |
John Barry continuou na batuta da trilha sonora e, em parceria com a banda inglesa Duran Duran, compôs a música título, que chegou ao topo da Billboard Hot 100. Neste LINK.
A View To A Kill marcou a última aparição na série de Lois Maxwell como Moneypenny. E a última de Roger Moore. Com 57 anos (Sean Connery deixara a franquia com 41), estava por demais evidente o envelhecimento do personagem, causa inclusive das mais recorrentes críticas ao filme. O próprio ator, que comunicou sua desistência seis meses após o lançamento da película, acentuou posteriormente seu desconforto em atuar, classificando como seu pior momento como Bond e que ficara mortificado quando descobrira que ele era mais velho do que a mãe da atriz Tanya Roberts.
O terceiro Bond chegava ao fim de sua carreira. Estava aberta a temporada de procura de um novo ator.
(continua)
Oswaldo
Pereira
Agosto
2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário