terça-feira, 23 de agosto de 2022

BOND 60 (30): A VIEW TO A KILL (PARTE II)

 


Com A View To A Kill, Michael G. Wilson, que havia trabalhado nos roteiros dos três filmes anteriores com o veterano Richard Maibaum, tornou-se coprodutor, juntamente com seu padrasto Albert “Cubby” Broccoli, da franquia. Wilson começara suas atividades na EON com apenas 20 anos, em 1962 e, lembrando um pouco a mania de Alfred Hitchcock, apareceu como figurante não creditado na maioria dos filmes da série. Além disso, foi o responsável por atenuar as ideias mais extravagantes de seu colega Maibaum. No script original de A View To A Kill, Maibaum imaginava que Zorin, no seu plano para destruir o Vale do Silício, iria manipular o cometa de Halley (!) e precipitá-lo sobre a California. Wilson conseguiu dissuadi-lo...

As filmagens começaram em agosto de 1984 com um orçamento de US$ 30 milhões (viria retornar aos cofres da EON cerca de cinco vezes esse valor) e a produção estreou em maio do ano seguinte no Palace of Fine Arts, em São Francisco.  Ascot, o Castelo de Chantilly, a Torre Eiffel e, predominantemente, São Francisco (talvez a cidade que mais foi utilizada como cenário da história do cinema), além dos estúdios Pinewwod na Inglaterra foram os palcos das cenas.

Tanya Roberts, que aparecera como Sheena, A Rainha das Selvas um ano antes, foi a escolha para fazer a Bond girl principal, a geóloga Stacey Sutton. Contudo, o papel feminino mais impactante seria vivido pela exótica Grace Jones, como May Day, a poderosa assistente de Zorin. David Bowie e Sting foram convidados para representar o vilão, mas declinaram. O papel acabou indo para o já consagrado ator Christopher Walken, famoso por seu icônico trabalho em The Deer Hunter. Mais um integrante do seriado The Avengers (Honor Blackman e Diana Rigg já haviam participado de outros Bonds), Patrick MacNee, foi escalado como o malogrado Geoffrey Tibbet. Uma curiosidade: um ainda desconhecido Dolph Lundgren que, então namorado de Grace Jones, andava pelo set, acabou sendo convidado pelo diretor John Glen para figurar numa cena como um anônimo militar soviético.



TANYA ROBERTS (STACEY SUTTON)
CHRISTOPHER WALKEN (ZORIN) & GRACE JONES (MAY DAY)


John Barry continuou na batuta da trilha sonora e, em parceria com a banda inglesa Duran Duran, compôs a música título, que chegou ao topo da Billboard Hot 100. Neste LINK.


A View To A Kill marcou a última aparição na série de Lois Maxwell como Moneypenny. E a última de Roger Moore. Com 57 anos (Sean Connery deixara a franquia com 41), estava por demais evidente o envelhecimento do personagem, causa inclusive das mais recorrentes críticas ao filme. O próprio ator, que comunicou sua desistência seis meses após o lançamento da película, acentuou posteriormente seu desconforto em atuar, classificando como seu pior momento como Bond e que ficara mortificado quando descobrira que ele era mais velho do que a mãe da atriz Tanya Roberts.

O terceiro Bond chegava ao fim de sua carreira. Estava aberta a temporada de procura de um novo ator.

(continua)

Oswaldo Pereira
Agosto 2022

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