Hoje é domingo. Desde
que me conheço por gente, é o dia de nada fazer. O dia em que Deus descansou, já sussurravam as primeiras
professoras de catecismo, terminando a aula sobre a criação do Universo,
construído em toda sua esplêndida grandeza em exatos sete dias. Uma semana, e a
Terra, a Lua, as estrelas, o firmamento, tudo enfim, tinham ficado prontos e
acabados, no mesmo espaço de tempo que eu levava para ir de um domingo de praia
e sol até a expectativa gostosa do sábado seguinte.
Toneladas de informação
depois, eu fiquei sabendo que a coisa não fora bem assim. Algo muito mais
grandioso e espetacular, quem sabe operado pelo mesmo Deus do catecismo (o quem sabe fica por conta de meu
empedernido ceticismo, atualmente meio que cambaleante diante da inexistência
de outras explicações para o início de tudo), dera berço ao que vemos e ao que
somos - o Big Bang, a portentosa
explosão que em nanossegundos (qual semana, qual nada) liberou a energia que
ainda rola por aí, bilhões de anos depois, transformada em matéria, fornalhas
de estrelas, buracos intrigantes, ventos cósmicos e, oh! novas descobertas, excitantes ondas gravitacionais.
E aí eu me deparo com a
profunda verdade de que este mesmo impulso inicial foi também capaz de criar, na
Alemanha do século XIX, um cérebro extraordinário, cujo privilegiado circuito
interno de neurônios proporcionou ao seu insuspeitado dono, um menino judeu de
uma família de classe média, os meios e a inspiração para entender a intrincada
mecânica dos céus.
A suprema satisfação
demonstrada pelos homens de ciência em todo o planeta ao descobrir que Einstein
estava, mais uma vez, certo, faz-me duvidar de coisas triviais como acaso,
sorte, chance, etc. Como encarar como
natural que um cientista, há cem anos, trabalhando só com teorias esvoaçando
dentro de seu crâneo, tenha desvendado coisas que só hoje, um século e zilhões
de horas de pesquisa depois, conseguiram ser comprovadas?
É claro que eu não
entendi nada das explicações triunfantes dos sábios sobre as tais ondas
gravitacionais. Meus neurônios têm sua própria velocidade e sua maneira
peculiar de racionalizar. Mas, pela afirmação, repetida com gusto pelos doutores, de que isto irá
mudar a maneira com que encaramos o Universo, dá para entender tratar-se de
algo importante na relação espaço/tempo.
Quem sabe isto não
poderá provar a existência de mundos paralelos, oferecer novos conceitos do continuum presente/passado/futuro,
sugerir a possibilidade de viagens alucinantes pelas galáxias? Ou, até,
descobrir que, de vez em quando, alguém vem
soprar no ouvido de um Einstein, um Galileu, um Copérnico, um da Vinci, umas dicas
surpreendentes sobre o Universo e sobre a Vida?
Oswaldo Pereira
Fevereiro 2016
Tudo isto fica para lá da minha compreenção !
ResponderExcluirTudo isto fica para lá da minha compreenção !
ResponderExcluirTambém da minha....
ExcluirFiz um longo comentário no meu desk top que apagou por um virus invasor. Nele, depois de viajar na teoria da relatividade e na recente notícia de sons da criação recentemente captados por astrônomos, cheguei à hereje conclusão que Deus foi criado à nossa imagem. Sem nossos defeitos. Como, de acordo com a Teorias da relatividadeo sem tempo, não há antes nem depois, posso não estar errado. Essa é a razão de nossas dúvidas a respeito de DEUS. A Terra não é sequer um pixel, na foto do Hubble que continua sua viagem pelo espaço. Mas somos gigantes quando chegamos à teoria da relatividade e já que o tempo não existe, ou pode ser neutralizado, essa hipótese de sermos o Criador, ainda metafísica, não é absurda para inaugurarmos a neo teologia. Que benefícios para o amor próprio do Ser Humano!!
ResponderExcluirCaro amigo Lustosa,
ExcluirHá tempos, escrevi uma peça em um ato, chamada "O PEREGRINO". Está no meu livro DESTRUIÇÃO E ORIGEM, aqui mesmo no blog. Se você quiser, é só clicar na capa. É uma das minhas muitas visões sobre a criação de tudo.
Caro amigo Lustosa,
ExcluirHá tempos, escrevi uma peça em um ato, chamada "O PEREGRINO". Está no meu livro DESTRUIÇÃO E ORIGEM, aqui mesmo no blog. Se você quiser, é só clicar na capa. É uma das minhas muitas visões sobre a criação de tudo.
Sabe, Oswaldo, não tento alcançar esta teoria. Deixo para os "craneos" e, temos muitos.....É uma coisa maravilhosa, não tem dúvida,quem me dera poder compreender....
ResponderExcluirCompreender o Universo é para muito poucos. Só loucos. Ou santos...
ExcluirCaro Oswaldo. Considerei ótimo seu argumento final: o sopro de "alguém", para tanta genialidade. Lembrando que naquela época havia, para além de um "privilegiado circuito interno de neurônios", apenas uma resma de papel e tinta. Nada de calculadoras, computadores e máquinas infernais que ampararam os doutores de hoje na comprovação da teoria de cem anos atrás.
ResponderExcluirJose Antonio (Zeca)
O que torna ainda mais espetacular o gênio de Einstein. E de muitos outros, nas mesmas circunstâncias. Por isso, só resta a explicação do "sopro"...
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