A expectativa da festa
inteira girava em torno da Diversidade. Semanas antes, uma imensa onda
levantou-se nas mídias sobre a ausência de artistas negros nas indicações aos
prêmios (e eu que pensava que o Oscar era para as melhores atuações do ano, independentemente
da cor...)
E Diversidade foi o que não
faltou na noite de domingo passado. Para começo de conversa, a maioria dos
filmes nomeados tinha origem em fatos reais, e também polêmicos, cobrindo um
espectro de problemas que iam da proteção ao meio-ambiente à pedofilia,
passando por estupro e ganância financeira, com denúncias que ainda são válidas
e atemporais.
Além disso, talvez para
amortecer as críticas de exclusão racial nas escolhas da Academia, mais da
metade dos apresentadores era negra, a começar pelo mestre de cerimônias, que
preparou um monólogo de entrada fazendo aquilo que ele sabe fazer de melhor. Só
o irreverente Chris Rock poderia despertar risos com a frase em que citou os
“negros baleados por policiais a caminho do cinema” e outras mais. Uma gozação
com viés de porrada nas ações da
Polícia americana. E a piada sobre a criação de um Oscar “negro” para garantir todo
ano a premiação de atores e atrizes afrodescendentes... Por fim, acho que não
passou despercebido de ninguém a cor da pele da Presidente da Academia, Cheryl
Boone Isaacs.
Graças a isso, a noitada foi
de descontração. E de algumas surpresas. Uma delas, a hegemonia de “Mad Max –
Fury Road” nos efeitos visuais e sonoros, desbancando a última edição do “Star
Wars” e a escolha de Mark Rylance (de “Ponte dos Espiões”), suplantando os
favoritos Mark Ruffallo, brilhante como o jornalista português (de nascimento) Mark Rezendes e Tom Hardy, o John Fitzgerald de “O Regresso”, como
melhor ator coadjuvante.
Na certeza mais certa da noite, DiCaprio finalmente
abiscoitou a estatueta e entrou para o clube dos grandes nomes da telona.
Merecido.
Este ano, o Brasil
participou um pouco da festa com a candidatura a Melhor Longa de Animação de “O
Menino e o Mundo”, uma pequena obra-prima do paulista Alê Abreu. Se você não
viu, procure vê-la. Vale a pena.
E, daqui a cem anos, quando
se falar da 88ª cerimônia do Oscar, vai-se lembrar que, mesmo após oito anos de
Barack Obama, o assunto central ainda era as diferenças raciais...
Oswaldo Pereira
Março 2016
Muito bom!!
ResponderExcluirPois é, não fiz o meu .... vou passar!!
E eu torcia por Rocky!!
Para o Stallone ganhar, só criando, além do "Oscar Negro", o Oscar Botox (rsrsrs)...
ExcluirMas, ainda dá tempo para mandar o seu. E, Parabéns pela campanha para o CA da BR. É assim que se faz...
Glamour é uma categoria extinta. Di Caprio merecia emergir das águas geladas do naufrágio do Titanic. Tornou-se um artista maduro. Salvou a cerimônia sem graça de 2016. Tem carisma. Que prossiga.
ResponderExcluirTem carisma. E paciência. Assisti a uma entrevista dele antes da festa. Uma repórter chatíssima. E ele com toda a fleugma, respondendo a tudo com educação. Merece.
ExcluirOlá Oswaldo
ResponderExcluirInfelizmente não acompanhei.
Apreciei suas ponderações e gostei dos resultados
Mad Max superou Star Wars . Merecia.
Abraços
Emilio
Foi pena o brasileiro não ter ganho. Mas, concorrendo com gigantes...
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