Assim
que conseguem livrar-se do ataque de Jaws no teleférico do Pão de Açúcar,
Goodhead e Bond são apanhados por capangas de Drax, mas 007 consegue fugir. Por
essa altura, a seção Q do MI6 já havia examinado a amostra recolhida por Bond
em Veneza e verificado que a toxina era produzida a partir de uma rara e
venenosa espécie de orquídea existente na região amazônica. Bond vai atrás da
pista e, a bordo de uma lancha munida de uma bateria de gadgets e
defesas, se envolve numa frenética corrida pelos igarapés amazônicos,
perseguido por uma frota de barcos inimigos. Ao aproximar-se de uma imensa
cachoeira, Bond manipula os comandos de sua lancha, que se transforma numa
asa-delta, e desliza pelo ar em cima das quedas d’água (cenas que foram
filmadas em Iguaçu, a mais de 1.000 quilômetros da região amazônica...).
Aterrizando na floresta, Bond segue seus instintos e descobre, no meio da selva, a Base Espacial de Drax, que ali prepara o lançamento de vários shuttles Moonraker. Apanhado logo à entrada, ele e Goodhead, que já lá estava prisioneira, são condenados por Drax a morrer debaixo dos foguetes de propulsão de uma das naves. Mas, evidentemente, Bond é Bond. Os dois conseguem dominar seus carcereiros e tomam o lugar dos pilotos de um dos shuttles e partir para o espaço.
Logo percebem que a nave, como todos os outros Moonrakers, se dirige automaticamente para uma estação espacial e que, como passageiros, levam centenas de casais escolhidos a dedo para serem os fundadores de uma nova raça humana. O plano de Drax estão se revela. Satélites com a toxina serão lançados à Terra, eliminando toda vida no planeta (providencialmente, o veneno não tem efeito sobre animais e plantas...), cujo repovoamento será feito pelos escolhidos e governado por Drax.
Percebendo que nem Jaws e nem a garota sardenta enquadram-se nos parâmetros da nova humanidade, Bond consegue reverter a lealdade do brutamontes e, com a ajuda deste, inicia uma batalha dentro da estação. Isto acaba alertando os controles das bases americanas na Terra e um regimento de marines astronautas parte para atacar a estação de Drax, num confronto a la Star Wars.
Tudo acaba bem para a humanidade e, é claro, para Bond e Goodhead, que são flagrados pelas câmeras do MI6 fazendo amor em gravidade zero dentro do Moonraker. Indagado pelos chefões da agência britânica sobre o que 007 está fazendo, Q profere uma das respostas mais ambíguas de toda a série:“I think he is attempting reentry, Sir...” (eu acho que ele está tentando reentrar, Senhor...).
BOND & GOODHEAD EM GRAVIDADE ZERO...
Apesar de Steven Spielberg ter-se oferecido para dirigir Moonraker, “Cubby” Broccoli, o chefão da EON, preferiu manter Lewis Gilbert e as filmagens tiveram início em agosto de 1978. Como o roteiro exigia locações exóticas, Índia e Birmânia chegaram a ser consideradas, mas Broccoli preferiu o Brasil, onde havia estado em férias anos antes. A maior parte das outras cenas foram filmadas em França e, como foi considerada uma produção franco-inglesa, muitos dos papéis importantes foram preenchidos com atores daquele país, como Michael Lonsdale (lembram-se dele? O detetive que persegue Edward Fox em The Day of the Jackal) para encarnar Hugo Drax, Corinne Cléry como a malograda pilota Corinne Dufour e Blanche Ravalec, a sardenta namorada de Jaws. A Bond girl principal, a Dra. Holly Goodhead, foi interpretada por Lois Chiles, depois que Jacklyn Smith (das Panteras) recusou o papel, devido a conflitos de agenda com as gravações do seriado.
MICHAEL LONSDALE COMO HUGO DRAX |
Estreando em junho de 1979, o filme inicialmente recebeu algumas análises favoráveis, mas, com o passar do tempo, foi sendo rebaixado à qualificação de um dos piores episódios da franquia. O plot absurdo, situações inverossímeis, como a conversão do assassino Jaws, e a inapropriada comicidade de certas cenas fizeram torcer o nariz dos aficionados da série. Moonraker é hoje considerado como um dos piores momentos de Bond.
(continua)
Oswaldo
Pereira
Julho
2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário