30/30/30.
Esta é a fórmula da tempestade perfeita. Temperatura acima de 30º,
umidade do ar abaixo de 30% e ventos com mais de 30km/hora. E estão presentes
todas as condições para um devastador incêndio florestal.
E é isto que Portugal, de norte a sul, está enfrentando no momento. Em alerta máximo, o país prepara-se para um período de dez dias em que essas condições poderão deflagar fogos de grandes proporções. Na cabeça de todos, estão os ecos das tragédias de junho de 2017 quando, só na região de Pedrógão Grande, quase 100 pessoas morreram, muitas delas dentro de seus carros numa malograda tentativa de fuga. Em outubro de mesmo ano, mais 54.000 hectares arderam, e mais 50 vítimas pereceram no inferno que dominou o nordeste do país.
As medições assustam. Já desde o início da Primavera, Portugal vem enfrentando uma estiagem sem precedentes. Em meados de junho, 93% do território português se encontrava em situação de seca severa. Com a natural falta de chuva do Verão, a coisa vem-se agravando, se isto ainda é possível. Para piorar as coisas, uma onda de calor, apontada pelas estatísticas como a mais forte desde que essas medições começaram, prepara-se para abater sobre os portugueses.
E é mesmo bom ter cautela. Numa vegetação já estorricada pelo sol inclemente, basta uma guimba de cigarro mal apagada, a brasa de uma churrasqueira descuidada, um fósforo atirado a esmo, e o mundo pode arder. Uma brisa mais forte vai tornar quase impossível o apagar das chamas. Muita gente não faz ideia da velocidade com que as labaredas avançam. Um cunhado meu passou por isto há cinco anos. Seu relato da rapidez com que o fogaréu se aproximou de sua casa (felizmente, foi debelado a tempo) impressiona.
Por mais incrível que pareça, ainda por cima existe a figura dos pirômanos, os incendiários que, por uma tara soturna, se comprazem em atear fogo ao campo. E, mais incrível ainda, a legislação portuguesa pune com inaceitável benevolência os crimes desta natureza.
Sol e calor, o binômio que inspira o lazer das praias, as noites de festa, a alegria das férias tem também sua face sombria. É preciso ter cuidado.
Oswaldo Pereira
Julho 2022
"Tudo" se faz artificialmente no mundo atual. Tecnologias para criar lagoas, lagos, represas, lagunas, tv até rios, deve haver. E se não há, há que pensa-las. E construi-las.
ResponderExcluirParece simples. Mas acontece que prevenir nunca é prioridade; já remediar...
ExcluirLo mismo pasa en España, hoy en día, hay muchos incendios
ResponderExcluirEstamos en la misma peninsula y en la misma situacción...
ExcluirOlá Oswaldo.
ResponderExcluirTudo isto ocasionado pelo desequilíbrio ambiental.
Florestas sendo derrubadas com a justificativa de aumentar a produção de alimentos.
O nosso Nordeste com inundações catastróficas.
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O que ser a Que aguarda para as gerações futuras?
Emílio Gonzalo
As previsões não são mesmo boas para as próximas gerações. A dos nossos netos vão herdar tudo isso...
Excluir...vai herdar tudo isso...
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