As eleições de 8 de novembro de 1960
foram as mais apertadas da história americana. John Kennedy derrotou Richard Nixon no voto popular por uma diferença de 112.000 votos, menos de 0,2% do
eleitorado. Como Nixon, Vice-Presidente do país à época, vinha mantendo uma
margem de liderança nas pesquisas de opinião até setembro, os analistas
políticos creditaram a vitória do Senador por Massachussets ao debate
televisivo entre os candidatos no dia 26 daquele mês.
Foi o primeiro do gênero em todo o
mundo. Nos oito anos em que Eisenhower havia governado o país com aprovação quase
unânime, a televisão ocupara seu lugar de honra nas salas de estar dos
americanos como aglutinador do convívio familiar e fonte de divertimento e
informação.
Nixon subestimou seu poder. Chegou
cansado das viagens de campanha aos estúdios da CBS em Chicago, não se sentira
bem durante a semana e recusou o make-up para
entrar em cena. A televisão não era ainda a cores e o preto e branco da imagem
acentuou ainda mais a barba malfeita sobre um rosto pálido. Kennedy, ao
contrário, estava bronzeado, com as feições devidamente preparadas pelo pessoal
da emissora, calmo e seguro.
26/09/1960. O DEBATE |
Ainda hoje discute-se se isto foi
realmente decisivo. Muita gente não possuía aparelhos de TV e ouviu o debate
pelo rádio. Além disso, houve outros três debates entre os dois até o dia das
eleições e, para estes, Nixon preparara-se melhor. Mas, aquele encontro do dia
26 entrou para a História.
Na quarta-feira passada, Hillary Clinton
e Donald Trump repetiram a tradição iniciada em 1960. Desde então, embates
televisivos entre candidatos passou a ser um ingrediente indispensável de qualquer campanha política em grande parte do mundo democrático. Atualmente, os
participantes deste espetáculo midiático preparam-se com esmero, utilizam
equipes especializadas em postura e marketing
visual, assessores que escolhem com infinito cuidado frases de efeito,
trejeitos que transmitam confiança, ataques verbais que possam debilitar a
argumentação do adversário.
Depois da refrega, uma legião de
analistas vem classifica-la como comentaristas esportivos de uma luta de boxe. Quem ganhou? Foi por nocaute ou por
pontos?...
Assisti aos três debates entre os dois. Afinal, o
ocupante da Casa Branca tem o poder de mexer com a vida de toda a gente e é bom
tentar descobrir o que vem por aí. E, desde que Nixon e Kennedy encararam as
câmeras da CBS em 1960, nunca vi dois candidatos tão diferentes entre si. Da
Economia à Política Externa, da questão da Imigração ao Direito ao Aborto,
Hillary e Trump defendem posições e conceitos diametralmente opostos.
Por isto mesmo, acho que os debates,
desta vez, não irão influenciar o resultado das eleições. As opções já estão
tão claras desde o início da campanha que as frases, os ataques e os
contra-ataques, os jeitos e os trejeitos não irão mudar a escolha dos
apoiadores de cada lado. Resta saber quantos são eles.
Houve, entretanto, algo que poderá mudar
isso. Trump, a meu ver, cometeu um erro fatal. Ao declarar repetidamente que
poderá não aceitar o resultado do pleito caso seja derrotado, tocou num nervo sensível. Os americanos detestam choradeira. Para eles, reclamar das regras do jogo depois do
jogo jogado é coisa de loser, de
fracassados. Nem Nixon, um político chamado por muitos de Tricky Dick, mau-caráter e sinuoso, reclamou quando foi derrotado
por apenas 0,2% dos votos.
Então, meus amigos, eu acho que os
Estados Unidos terão pela primeira vez, a partir de 2017, uma mulher no comando
da nação.
Oswaldo
Pereira
Outubro
2016
Bom Dia. Isso sem falar que Kennedy tinha a seu favor ainda, o fato de ter ao seu lado, uma mulher de grande simpatia e puro glamour.
ResponderExcluirFoi o mais próximo que os americanos tiveram de uma família real. Não por outra razão, os colunistas chamavam a Casa Branca de Camelot...
ExcluirTambém acho que teremos Hillary. Mas o debate entre os dois, em que o marketing de John Kennedy fazendo blague com o sotaque bostoniano já o chamava de Candy com o desenho colorido de um pirulito, acho que na Look, deu o tom que separava o Dirty Dick (que também é outra espécie de pirulito) de um pirulito doce e limpo. A higidez da comparação fez a diferença.
ResponderExcluirFico imaginando qual seria o tipo de lollypop que poderia simbolizar Trump...
ExcluirFico aqui me perguntando o que é e do que é capaz essa ( significativa, parece ) porção dos EEUU que apoiam o sr. Trump ... A sra. Clinton chega-me bem menos consistente do que eu imaginava. E desejava. Mas exclamarei "UFFA !" se ela for a próxima presidente .
ResponderExcluirHillary evidentemente tem falhas. Como Secretária de Estado, deixou a desejar, tanto que Obama preferiu colocar John Kerr no cargo, em seu segundo mandato. Mas o Trump, convenhamos...
ExcluirAcho inimaginável o Trump ser Presidente dos EEUU . Não inspira respeito. Os ditos casos com mulheres já tira dele a seriedade que necessita para Pres. dos States.Fa-lando no Kennedy devemos lembrar que vinha de família que possuia uma história , interessante que católicos vindos da Irlanda e formava com os irmãos e com Jacqueline tudo que os americanos queriam . Casal estudioso, ela jornalista e com formação em Harvard.Interessante que eram católicos.Conheci Hayannis Port casa de verão da família e a igrejinha frequentada pela família e onde se casaram
ResponderExcluirJoseph Kennedy criou seus filhos homens para serem Presidentes, mas a tragédia sempre acompanhou a família. O mais velho, Joe, piloto de caça na Segunda Guerra, morreu em combate. John e Robert foram assassinados e Teddy destruiu seu caminho político para a Casa Banca com o acidente em Chappaquiddick. Muito já se escreveu e vai ser escrito sobre os Kennedy.
ExcluirE, falando na Hillary com uma vida pública dela própria e mulher de um excelente ex presidente e com experiência de estado no governo de Obama (ela explicou a falha que cometeu )terá muito mais capacidade para governar o mais poderoso país do mundo .Penso que será atendida e talvez até tenha alguma função de governo os dois ex presidentes.Se...ela vencer.
ResponderExcluirVai depender também do Congresso. Se os Democratas obtiverem a maioria, tudo bem. Se não,vai penar como Obama penou.
ExcluirTambém o candidato a vice da Hillary é um senhor já conhecido pela capacidade e pelo fácil trato para lidar com política e governos. Abrs.
ResponderExcluirTim Kaine é um político experiente. E fala espanhol fluentemente. Um ponto importante junto ao eleitorado "latino".
ExcluirExcelente a sua análise até retroativa dos ex presidentes que estiveram a frente dos States. Não sei se a moça conseguirá governar, mas com efeito, Trump seria o maior desastre da história americana e do mundo por extensão.bjs Zezé
ResponderExcluirEla terá a chance de contar com bons assessores. O marido e o próprio Obama. Mas a oposição será ferrenha.
ExcluirO homem parece_me idiota. Faz cada afirmação! Apesar dos seus defeitos, a H.Clinton é de loooonge a melhor dos dois.Bjs
ResponderExcluirFernanda
Trump foi uma piada dos Republicanos. Que agora devem estar profundamente arrependidos...
ExcluirO homem parece_me idiota. Faz cada afirmação! Apesar dos seus defeitos, a H.Clinton é de loooonge a melhor dos dois.Bjs
ResponderExcluirFernanda
A Hillary é ambiciosa em todos seus atos.Pensa com sua cabeça não muito completa e se torna completa com a cabeça de Clinton e também do casal Obama, desde que começou o trabalho para sua eleição. Ela salvará os EEUU da garra do Trump...rsrsrs
ResponderExcluirBjs. Cleusa.
A cabeça pode não ser muito completa, mas ela a tem no lugar. Já o Trump...
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