quarta-feira, 4 de maio de 2016

REDE GLOBO




Um dos alvos preferenciais de quem defende a Presidente Dilma, ou o ex-Presidente Lula, tem sido a Rede Globo. Segundo essas pessoas, o complexo jornalístico que reúne o jornal, as revistas e o conglomerado de emissoras televisivas tem como política torcer o conteúdo das notícias, tendenciando a informação que veicula para o público em favor das correntes contrárias ao Governo.

Este assunto não é novo. Desde que foi fundado, nos idos da década de 1920 por Irineu Marinho, o jornal O GLOBO sempre foi identificado com o ideário da direita, ou com sua predileção pelos Estados Unidos e seu regime capitalista. No tempo em que a cena política brasileira era claramente definida e polarizada por três partidos, UDN, PTB e PSD, o jornal alinhava-se espontaneamente com o primeiro. Ninguém via nada de errado nisto. As empresas jornalísticas eram empresas privadas e seguiam normalmente a linha editorial do grupo que a comandava. Cada leitor escolhia livremente, e de acordo com sua convicção política, o informativo diário que iria ler.

Em meados do século passado, no momento da grande expansão das empresas jornalísticas nacionais com o advento da televisão, Roberto Marinho, filho e sucessor de Irineu, manteve uma associação com o Grupo TIME-LIFE americano. Isto, evidentemente, reforçou a imagem de filiação d’O GLOBO e sua crescente família de emissoras com o Imperialismo Yankee, conforme rotulavam as correntes esquerdistas brasileiras. O alinhamento posterior com o Regime Militar sedimentou ainda mais este conceito.

Minha pergunta é: e daí?

Ninguém é obrigado a ler o jornal, ou a assistir o canal de TV que não quer. Que, segundo sua opinião pessoal, não lhe disponibilize a imparcialidade que exige. Ou que não lhe ofereça o que gosta de ver e ouvir. Preferências e gostos não se discutem e o meio editorial do Brasil é pródigo em opções de órgãos informativos. É só escolher. Está tudo ao alcance de um clique, de uma leve pressão nos botões de seu controle remoto.

De qualquer maneira, atualmente a informação não é mais monopólio de ninguém. A popularização da internet e, especialmente, a exponencial difusão das redes sociais transformaram a maneira pela qual a Notícia chega até nós, de como a processamos e a retransmitimos. De como a entendemos e a aceitamos.

Ficar debitando à Rede Globo as desventuras do Governo é muita ingenuidade. E perda de tempo.  Em dias de TV a cabo e Facebook, não serão o Jornal Nacional ou a novela da nove que irão conquistar corações e mentes.

Oswaldo Pereira
Maio 2016

12 comentários:

  1. Certíssimo caro Osvaldo, assista a Globo quem quiser e se não gosta vá de
    Bandeirantes, SBT ou qualquer outra. Anos atrás, a Rede Globo conduzia os hábitos dos brasileiros, chegando ao ponto de encontros serem marcados para antes ou depois do Jornal Nacional. Mas isto mudou e hoje o acesso as noticias é diferente. Abraço do Thomaz.

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    1. Hoje dependemos de outras fontes para formar juízo. Foi só o WhatsApp ser suspenso, e milhões de pessoas ficaram órfãs...

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    2. Realmente Osvaldo, o bloqueio do WhatsApp deixou milhões de usuários na bronca, inclusive seu amigo, que adoro as mensagens e acho que jamais um Juiz (de Lagarto/SE) foi tão criticado. Cada um na sua... Abraço do Thomaz.

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  2. Sim. É culpa da Rede Globo sim. Anos e anos de informação e entretenimento pasteurizado. Recentemente ao trocar os móveis de lugar, o televisor escorregou e espatifou-se no chão, sem chances de recuperação. Respirei fundo e pensei. Graças a Deus! Estou livre dessa geringonça. Jamais comprarei outra. De lá pra cá li mais de 50 livros. Todos admiráveis. Assim é. Il y a des "malheurs"qui vient pour le bien.

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    1. Viu? Há sempre uma alternativa à Globo...

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    2. Isso,isso,isso,isso,isso,isso. Como diria o Chaves, ícone televisivo!rs

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá Oswaldo.
    Eu quase não vejo TV. Somente assisto filmes escolhidos quando posso..
    Gosto de ler os editorias do jornal O Globo pois há comentários interessantes.
    O importante que temos varias opções à escolher a "palavra escrita" por exemplo.
    Abraços
    Emilio Telleria

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    1. Obrigado, caro Almirante. Eu também só vejo os noticiários (da Globo e das outras emissoras). E não consigo ver grandes diferenças entre eles. O problema não está na Imprensa e sim no viciado sistema político que temos.

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  4. Caro Oswaldo,
    Não se trata de influenciar, a você, a mim, ou às pessoas de alguma cultura. O objetivo é o povão menos iletrado, esse sim, apreciador das novelas e crédulo ingênuo. Se observar bem, as notícias são tendenciosas e manipuladas de acordo com a conveniência. Procurarei, a partir de hoje, anotar algumas delas para lhe mostrar. Aí você fala: E daí? E daí que forma a opinião pública, cria tendências e manobra a "carneirada" para os objetivos pretendidos. Isso é para se ignorado?

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  5. Uma das maiores manipulações que presenciei foi a farsa dos "caras pintadas" no impeachment do Collor. Era um número reduzido de estudantes secundários, sem nenhuma representação política, que se manisfestou, mas a TV Globo, mostrou-os como se fossem o levantamento de uma Nação conta o presidente. Suspeitíssimas, também foram as cenas de depredação protagonizadas pelos chamados "black-bloks" durante as manifestações em protesto à corrupção política e tudo que acontecia no país. A TV estava sempre lá; quanto à polícia... Conseguiram com isso amedrontar os manifestantes e os protestos cessaram. Viu o poder!

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    1. Pelo menos neste ponto, caro Sérgio, eu concordo com você. Em 1989, a GLOBO "fez" o Collor. E em 1991, o "desfez". Mas, isso foi há 25 anos atrás, uma geração portanto. Hoje, o mundo está diferente, principalmente no tocante à comunicação de massa. Os mais jovens recebem sua ração de notícias pelas redes sociais. A pasteurização das novelas não convence mais ninguém, nem mesmo os mais ingênuos. E, quanto ao jornalismo, tenho assistido outros canais e a única diferença que noto é que o JN tem se preocupado em divulgar, logo após uma denúncia, a posição do denunciado. Chato, mas é a única que faz isto. A situação desastrosa a que o Giverno Dilma empurrou o país é um fato insofismável. Nem os maiores noveleiros da GLOBO seriam capazes de criar este monstro.

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