segunda-feira, 9 de maio de 2016

PRÓXIMO SEMESTRE




Atenção, meus caros amigos. O afastamento de Dilma na próxima quarta-feira NÃO é o fim do processo de impeachment. Pelo contrário. É apenas o seu começo. Durante o andamento do assunto no Senado Federal, muita coisa pode acontecer.

O prazo máximo da suspensão do mandato da Presidente é de 180 dias. No caso do Collor, a coisa foi resolvida na metade do tempo.

Mas Dilma não é Collor, o PT não é o PRN de Alagoas. E Temer não é Itamar. O cenário é totalmente diverso, as forças políticas são outras, o ardor da militância que acompanha e defende o atual Governo inexistia em 1992. No final, Fernando Collor estava absolutamente sozinho. Dilma não está.

E, não se enganem. O desenrolar do processo será uma batalha longa e cruenta. Se usar todo o prazo constitucional, serão seis meses de um espetáculo diário de provas e contraprovas, acusações e defesas, palavrórios e contraditórios, tecnicalidades jurídicas e filigranas processuais, à exaustão. Estamos falando de um show que poderá chegar até novembro. Teremos estômago? E o País? Terá saúde?
E, mesmo não sendo parte integrante da discussão que se travará no Senado, a performance do Governo Temer deverá exercer uma poderosa influência nos humores dos parlamentares. E na opinião pública.

E o Governo Temer, bem...

Na minha modesta opinião, já começou mal. O vergonhoso recuo na eliminação do número de ministérios, abatida por um tomaladacá que cheira a ranço, a sanha dos partidos por cargos e sinecuras, as idas e vindas do leilão partidário, em que ministeriáveis de competência duvidosa afloram de um pântano de conchavos são péssimos sinais. Para uma Administração que prometia virar o jogo sem ter o luxo de cometer erros, a receita certamente não é essa.

E se você ainda achava que Deus era brasileiro, que tal Waldir Maranhão na Presidência da Câmara dos Deputados?...

Assim, tudo pode acontecer neste próximo semestre. A única coisa que não poderia suceder era o Brasil continuar estagnado, imóvel, enredado num novelo político sem precedentes.

Oswaldo Pereira
Maio 2016


8 comentários:

  1. Caro Osvaldo, o que não poderia acontecer, já começou: o Deputado Waldir Maranhão anulou a decisão do impeachment da Presidente Dilma: mais alguns meses de parada forçada no Brasil. O que fazer? Abraço do Thomaz.

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    1. Pelas últimas notícias, o "macho man" de Alagoas, Renan Calheiros, resolveu peitar o maranhense e seguir como o andor. Pelo menos isso...

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  2. Amigo, seus temores já aconteceram a 48 horas da decisão....

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    1. Agora parece que o Senado vai ignorar o Maranhão (o deputado, não o Estado...) Mas, em Pindorama nada é definitivo...

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  3. Sabemos que não queremos a Dilma, sabemos que não queremos o PT mas não sentimos nenhum entusiasmo por um Governo Temer.......e este momento é angustiante.......

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    1. Angustiante para um País inteiro à espera de urgentes reformas...

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  4. Meu caro Oswaldo
    Lamentável, realmente, o inicio de um provável governo Temer. Mas o que esperar de um partido essencialmente fisiológico?

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    1. E o resultado da fisiologia é sempre o mesmo. Só mudam as moscas...

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