Eu amo a Língua
Portuguesa. Este amor fez-me um leitor ávido desde a primeira adolescência e
tornou-me no escritor tardio que, em certas horas de despudorada imodéstia,
acredito ser. Seu uso correto me enche de prazer, a beleza atingida numa frase
de estilo ao descrever uma imagem, um pensamento ou uma emoção tem para mim o
fulgor de uma obra de arte inconfundível.
Na direção
diametralmente oposta, seu mau emprego me causa horror. Vê-la torturada por
concordâncias desleixadas, plurais escamoteados, sangrada por grafias
abomináveis, pronomes esquecidos ou estupros gramaticais indesculpáveis faz renascer
em mim a fúria dos deuses mais vingativos. Não consigo perdoar quem pratica
tais atentados contra minha querida, amada e venerada língua pátria. Que o pior
inferno vernacular os consuma.
Assim, foi com imenso
alívio e a alma lavada com o mais inebriante dos sabonetes prosódicos que ouvi
o discurso de posse de Michel Temer. Suas ênclises e mesóclises vieram
purgar-me dos 14 anos em que penei os discursos chulos de Lula e a oratória
titubeante de Dilma.
Não estou julgando
nada. Nem pedaladas, irresponsabilidades, inconstitucionalidades, credos
políticos ou cartilhas partidárias. Nem coxinhas
ou mortadelas, petralhas ou reaças, oleodutos ou propinodutos. Nem sei se o que
Temer falou carrega sinceridade ou firmeza de propósitos.
Mas, pelo menos no
quesito Idioma, ele regalou meus ouvidos. Durante 180 dias, ou mais, se o
Senado a impedir definitivamente, ficarei livre das sandices idiomáticas da “Presidenta” (meu Deus...) e de suas estocadas cruéis no coração da
minha bela flor do Lácio, minha eterna inspiradora, a Língua Portuguesa.
Oswaldo Pereira
Maio 2016
Parabéns pela sua homenagem à língua portuguesa!
ResponderExcluirProf. Lamartine Bião Oberg
www.biaobresil.com - rubrica: grammaire portugaise"
Obrigado, Professor. Temos de defendê-la. Sempre.
ExcluirUfa !!!!conseguimos ! Parar de ouvir as mesmices da Dilma com sua falta total de conhecimento mínimo da língua.Até que enfim !!!
ResponderExcluirAmém.
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