E, finalmente, aqui na
parte de baixo do planeta, é Outono.
Na parte de cima, seria
Primavera. Seria.
Os atentados de ontem
em Bruxelas dão um gosto amargo ao começo da Estação. Bombas em vez de flores.
Mortes em vez de sorrisos. E o século XXI vai dando seus primeiros passos
assistindo a uma série contínua de ações terroristas cruéis e inevitáveis.
Colecionando, desde o tristemente emblemático ataque às Torres Gêmeas, cuja
imagem marcará a História, mais de uma centena de pequenos holocaustos, estes
nossos tempos poderão entrar para a memória como o Século do Terror.
A serviço de uma
pregação de ódio, mais e mais jovens marcham para o alistamento nos exércitos
fundamentalistas, formados para difundir sua fé pela violência. Depois de
treinados física e mentalmente, serão quase imbatíveis. São invisíveis aos
serviços de segurança por não terem cadastro criminal, são aceitos mansamente
nas comunidades por não externarem sua índole até o momento do ataque. A
consequência final da ação suicida não lhes mete medo. A morte é um prêmio.
Assim, são letais.
Podem estar neste momento tomando placidamente café num bistrô, comprando
calmamente um bilhete de ônibus, lendo o jornal num banco da praça, enquanto
acariciam os detonadores que escondem debaixo do casaco.
Jovens são assim. Na
década de 1930, milhares correram à Espanha, para lutar na Guerra Civil ao lado
dos Republicanos. Seu ideal era, então, romântico. Uma cruzada contra os
falangistas de Franco, uma busca pelo Graal apregoado pelas ideologias da
esquerda.
Hoje buscam a
destruição. Imolam-se por um ideal de intolerância. Partem em missões sem volta
inspiradas pela leitura extremada dos códigos de sua religião. São kamikazes sem o amor ao Imperador,
samurais sem o bushido.
Como combate-los? Como
impedi-los? O que fazer para nos defendermos?
Até quando?
Oswaldo Pereira
Março 2016
Triste,é muito triste: perguntas sem resposta.
ResponderExcluirDo dia do post para hoje, mais dois atentados com homens-bomba. Em plena Páscoa...
ExcluirSão imbatíveis sim pq buscam a própria morte. E se não a encontrarem continuarão buscando. Essa é a doença mais grave que atinge o psiquismo de alguns indivíduos. Compulsão. Não tem cura.Pode ser álcool, droga, comida, sexo, ação "política". Varios modos de dar fim à existência.
ResponderExcluirSe fossem embora sozinhos, tudo bem...
ExcluirE tortuoso, pois os que carregam essa patologia sempre responsabilizam
ResponderExcluir"O Outro".
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