sábado, 20 de junho de 2015

WATERLOO 200 ANOS - PARTE I





"Who is the long nosed bugger that beats the French?
It's Atty! It's Atty!"
(“Quem é o sacana narigudo que bate nos franceses?
É o Atty! É o Atty!”)

Este grito de guerra era entoado em altos brados pelos soldados britânicos no começo do século XIX, principalmente após terem empurrado as tropas francesas para fora da Península Ibérica. E “Atty” era o carinhoso diminutivo que dedicavam ao seu comandante, Sir Arthur Wellesley, o Duque de Wellington.

O DUQUE DE WELLINGTON


Nos primeiros dias do mês de junho de 1815, Wellington encontrava-se em Bruxelas, no comando de um exército de 78.000 homens, parte do poderio militar do grupo de reinos que compunham a Coalizão e reunia o Reino Unido, a Rússia, a Áustria e a Prússia. O objetivo desse grupo era um só. Destruir Napoleão.




L’Empereur voltara! Depois de dado como vencido e liquidado, após o desastre da campanha russa, da abdicação e da prisão na ilha de Elba, o “ogro”, como era chamado por seus inimigos, voltara. Conseguira escapar de seu confinamento e, com apenas mil soldados leais, aportara no sul da França. Das praias da Côte D’Azur, iniciara a marcha para Paris, arrebatando corações e mentes e, mais importante, a adesão dos regimentos enviados para detê-lo. Em março daquele ano, entra nas Tuileries nos braços do povo e recupera o poder.

NAPOLEÃO VOLTA DE ELBA
Imediatamente, o Congresso de Viena o declara fora-da-lei e prepara suas forças, que eventualmente poderiam armar mais de 800.000 combatentes, para invadir a França. Napoleão ainda tenta contemporizar. Sabe que tem pouco tempo e que sua Grande Armée foi dizimada na Rússia. Mesmo assim, consegue rearmar um exército de quase 250.000 homens, embora a maioria ainda não esteja treinada suficientemente para enfrentar campanhas mais duras. Não é o bastante e ele sabe. Com seu insuperável faro para encontrar soluções estratégicas, resolve selecionar 75.000 de seus melhores e mais experimentados soldados e atacar Wellington, antes que a Coalizão tivesse tempo de mobilizar o resto do seu efetivo. Uma vitória poderia significar mais prazo para reorganizar seu poderio e consolidar seu império. O único problema seria assegurar-se de que um exército prussiano de 40.000 homens, sob o comando do Marechal Gebhard Blücher, não se juntasse aos ingleses, o que tornaria insuperável a superioridade numérica da Coalizão. Em 10 de junho, Napoleão foi informado que os prussianos haviam-se distanciado de Wellington.

Naquela época, o grosso dos exércitos, a Infantaria, deslocava-se a pé. E as tropas de Bonaparte eram as mais velozes do mundo. Ele impusera a regra dos 180 passos por minuto, quase o dobro da cadência então praticada pelos militares das outras nações. Assim, quando Wellington, comparecendo a uma festa em sua homenagem na capital belga, é avisado de que o inimigo está em marcha, os franceses já haviam cruzado a fronteira em Charleroi. Tirando vantagem da rapidez de seu avanço, Napoleão resolve primeiro enfrentar Blücher e, na batalha de Ligny, consegue fazer com que os prussianos afastem-se ainda mais dos ingleses. Agora, a ordem é “rumo a Bruxelas”.

Com a festa interrompida, Wellington e seus generais fazem seus planos. Decidem então ir para o sul e esperar pelos franceses. O local que escolhem é um suave declive do monte Saint-Jean, cortado por uma estrada e espraiando-se por uma ravina. É uma zona eminentemente rural, com duas grandes fazendas e duas pequenas cidades. Uma, a sudeste, chamada Plancenoit. Outra, ao norte, chamada Waterloo.



(continua)...


Oswaldo Pereira
Junho 2015






3 comentários:

  1. Mais..........aula de história.......fica para a próxima? Adorei.....

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  2. FIZ UM ENORME COMENTÁRIO E NOVAMENTE NÃO FOI.

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  3. Fico à espera da próxima aula....Sempre a aprender com o Oswaldo....

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