"Who is the long nosed bugger that beats the French?
It's Atty! It's Atty!"
(“Quem é o sacana narigudo que bate nos
franceses?
É o Atty! É o Atty!”)
Este grito de guerra era entoado em altos
brados pelos soldados britânicos no começo do século XIX, principalmente após
terem empurrado as tropas francesas para fora da Península Ibérica. E
“Atty” era o carinhoso diminutivo que dedicavam ao seu comandante, Sir Arthur
Wellesley, o Duque de Wellington.
O DUQUE DE WELLINGTON |
Nos primeiros dias do mês de junho de 1815,
Wellington encontrava-se em Bruxelas, no comando de um exército de 78.000
homens, parte do poderio militar do grupo de reinos que compunham a Coalizão e
reunia o Reino Unido, a Rússia, a Áustria e a Prússia. O objetivo desse grupo
era um só. Destruir Napoleão.
L’Empereur
voltara!
Depois de dado como vencido e liquidado, após o desastre da campanha russa, da
abdicação e da prisão na ilha de Elba, o “ogro”, como era chamado por seus
inimigos, voltara. Conseguira escapar de seu confinamento e, com apenas mil
soldados leais, aportara no sul da França. Das praias da Côte D’Azur, iniciara a marcha para Paris, arrebatando corações e
mentes e, mais importante, a adesão dos regimentos enviados para detê-lo. Em
março daquele ano, entra nas Tuileries nos
braços do povo e recupera o poder.
NAPOLEÃO VOLTA DE ELBA |
Imediatamente, o Congresso de Viena o
declara fora-da-lei e prepara suas forças, que eventualmente poderiam armar
mais de 800.000 combatentes, para invadir a França. Napoleão ainda tenta contemporizar. Sabe que tem pouco tempo e que sua Grande Armée foi dizimada na Rússia. Mesmo assim, consegue rearmar um
exército de quase 250.000 homens, embora a maioria ainda não esteja treinada
suficientemente para enfrentar campanhas mais duras. Não é o bastante e ele
sabe. Com seu insuperável faro para encontrar soluções estratégicas, resolve
selecionar 75.000 de seus melhores e mais experimentados soldados e atacar
Wellington, antes que a Coalizão tivesse tempo de mobilizar o resto do seu
efetivo. Uma vitória poderia significar mais prazo para reorganizar seu poderio
e consolidar seu império. O único problema seria assegurar-se de que um
exército prussiano de 40.000 homens, sob o comando do Marechal Gebhard Blücher, não se juntasse aos ingleses, o que tornaria insuperável a superioridade
numérica da Coalizão. Em 10 de junho, Napoleão foi informado que os prussianos
haviam-se distanciado de Wellington.
Naquela época, o grosso dos exércitos, a
Infantaria, deslocava-se a pé. E as tropas de Bonaparte eram as mais velozes do
mundo. Ele impusera a regra dos 180 passos por minuto, quase o dobro da
cadência então praticada pelos militares das outras nações. Assim, quando
Wellington, comparecendo a uma festa em sua homenagem na capital belga, é avisado de que o inimigo está em marcha, os franceses já haviam cruzado a
fronteira em Charleroi. Tirando
vantagem da rapidez de seu avanço, Napoleão resolve primeiro enfrentar Blücher
e, na batalha de Ligny, consegue
fazer com que os prussianos afastem-se ainda mais dos ingleses. Agora, a ordem
é “rumo a Bruxelas”.
Com a festa interrompida, Wellington e seus
generais fazem seus planos. Decidem então ir para o sul e esperar pelos
franceses. O local que escolhem é um suave declive do monte Saint-Jean,
cortado por uma estrada e espraiando-se por uma ravina. É uma zona
eminentemente rural, com duas grandes fazendas e duas pequenas cidades. Uma, a sudeste, chamada Plancenoit. Outra, ao
norte, chamada Waterloo.
(continua)...
Oswaldo
Pereira
Junho
2015
Mais..........aula de história.......fica para a próxima? Adorei.....
ResponderExcluirFIZ UM ENORME COMENTÁRIO E NOVAMENTE NÃO FOI.
ResponderExcluirFico à espera da próxima aula....Sempre a aprender com o Oswaldo....
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