Foi o quinto livro que li de Dan Brown, o quarto tendo como personagem
principal Robert Langdon, um fictício
professor universitário americano.
Conforme descrito pelo autor, Langdon
ensina História da Arte em Harvard, é expert em simbologia e religiões, e tem uma extrema habilidade para
meter-se em confusões planetárias e mais
habilidade ainda para safar-se delas.
O roteiro de “Inferno” tem a ver com os planos de um brilhante cientista
para livrar o mundo dos efeitos catastróficos da superpopulação. O problema é
que esses planos baseiam-se na teoria de que a Renascença, e todo o seu apogeu,
só puderam acontecer porque a Peste Negra “regulou” o nível populacional na
Europa no século XIV, matando um em cada três de seus habitantes. Tendo a Divina Comédia (o sinistro cientista
é admirador profundo de Dante Alighieri) como manancial de citações que servem
de pistas para Langdon e as cidades de Florença, Veneza e Istambul como pano de
fundo, o livro apresenta um roteiro semelhante aos romances anteriores: há um
vilão super inteligente, o professor é
envolvido na trama por ser mundialmente conhecido como simbologista, um
assassino procura matá-lo, uma mulher jovem vem ser sua parceira nas inúmeras
perseguições e descobertas, a polícia desconfia dele e quer prendê-lo e, no
final, claro, ele escapa de armadilhas mortais demonstrando incomuns dotes
físicos para um docente cuja aparência tem mais de nerd do que de super herói.
E aí está o problema de Inferno,
como também foi o problema com Anjos e
Demônios e o O Símbolo Perdido - são todos muito iguais ao primeiro da
serie, o excelente Código Da Vinci.
As “mocinhas”, Sophie Neveu (Código Da Vinci), Vittoria Vetra (Anjos e Demônios), Katherine Solomon (O Símbolo Perdido) e Sienna Brooks (Inferno) repetem seu comportamento
misterioso a princípio e revelador ao final. E sempre terminam sozinhas. Os
arqui-inimigos de Langdon, Leigh Teabing no primeiro, Carlo Ventresca, no
segundo, Zacchary Solomon no terceiro e agora Bernard Zobrist partilham a mesma
capacidade extraordinária para imaginarem complôs diabólicos a prova de falhas
e para cometerem erros infantis no final.
A sensação é de que Dan Brown escreveu pela quarta vez o mesmo livro, com a
agravante, neste último, de a trama ser mais fraca, os personagens mais gastos
e de mostrar uma tendência a desperdiçar linhas e mais linhas descrevendo pontos
turísticos das cidades envolvidas, com a prosa de um guia de viagens para
americanos. Nada que se possa comparar com os ótimos thrillers de Daniel Silva ou de Ken Follet. O crítico literário
Michael Cook foi mais longe declarando que Inferno é, no máximo,
“um bom script para um video-game”...
Recentemente, foi divulgado que o livro virará filme, com Tom Hanks
repetindo sua atuação como Robert Langdon. Será que ele continuará usando
aquele estranho penteado?...
Oswaldo Pereira
Julho 2013
Excelente!! Estou lendo INFERNO e estou gostando, mas já percebi que vai na mesma linha dos dois que li.... veja o que escrevi sobre eles, aqui:
ResponderExcluirhttp://blogdohomerix.blogspot.com.br/2006/08/dan-brown-books.html
Abraço
Homero