James
Cameron é, mais do que tudo, um visionário que adora grandes desafios. Em cima
disto, o diretor canadense é um inovador perfeccionista, uma combinação de
características que o leva a empurrar as fronteiras da cinematografia a caminhos
ainda não palmilhados e a limites que só a imaginação é capaz de definir. Foi
assim com o seu retumbante sucesso, Titanic, lançado em 1997 e, até
hoje, reverenciado como um marco e uma atração que mantém seu fascínio, mesmo que
seja vista repetidamente.
Em 2009, Cameron surpreendeu novamente com Avatar, uma saga futurística que narrava a luta de um povo mítico do planeta Pandora contra uma invasão de terráqueos. Resumindo assim, pode parecer uma surrada história em quadrinhos, mas o filme foi muito, muito mais do que isto. Usando e esbanjando o que de melhor havia no momento em termos de computação gráfica, Avatar deslumbrou plateias no mundo inteiro, permeando o roteiro ficcional com lirismo e extraordinárias sequências de uma civilização integrada numa natureza pujante e primordial.
Já por essa altura, Cameron se propunha a transformar Avatar numa franquia, dando seguimento à história por mais dois capítulos. Este número, em 2012, se transformara em cinco episódios, e os roteiristas puseram seus bestuntos para funcionar. A meta era estrear o Avatar 2 já em 2014. Mas aí, o perfeccionismo de Cameron entrou em cena. Para espelhar com a fidelidade pretendida as imagens marinhas que seriam a tônica do filme, as técnicas existentes de performance motion, uma avançada modalidade que utiliza os movimentos de atores reais para compor seus personagens de animação, ainda não atingiam o estado da arte desejado pelo exigente diretor. Só em 2019 isto aconteceu e a produção começou.
O resultado é o impressionante Avatar: The Way of Water, que acaba de estrear aqui nos Estados Unidos. Nesta sequela, Jack Sully, o marine que adotara sua identidade Na’vi, sua mulher e seus filhos têm de fugir de sua tribo, novamente atacada pelos terrenos e refugiar-se numa aldeia de nativos que vivem do mar e que, na verdade, até adquiriram características físicas marinhas. O processo de adaptação da família de Sully ao novo ambiente, o estranhamento e a hostilidade inicial que sofrem por parte dos seus anfitriões e a batalha final contra uma força tarefa comandada pelo coronel Miles Quaritch, que volta à cena agora recombinado num na’vi, desenvolvem-se num fantástico e visualmente estonteante mundo submarino.
Os atores principais, Sam Worthington, Zoe Saldaña e Stephen Lang estão de volta. Sigourney Weaver também reaparece, mas num papel diferente. Kate Winslet junta-se ao cast, sua segunda experiência sob a regência de Cameron. Como os outros, ela foi obrigada a treinar mergulhos livres e, segundo consta, conseguiu estabelecer um recorde de sete minutos debaixo d’água sem respirar.
Avatar: The Way of Water custou acima de US$ 460 milhões, outro recorde. Mas, a julgar pela receita de bilheteria de US$ 570 milhões só nesta primeira quinzena de lançamento, percebe-se que James Cameron acertou de novo e que a franquia se estabelece. É aposta certa para abiscoitar vários prêmios nas cerimônias do ano que vem. E provoca a espera ansiosa pelo terceiro capítulo, previsto para 2024.
Em suma, vale a pena ver.
Oswaldo
Pereira
Dezembro
2022
Perfeito, amigo!
ResponderExcluirAcabei de sair do IMAX do New York e concordo!!
Emocionante!!
Olá Oswaldo.
ResponderExcluirVamos aguardar a estreia no Brasil. Estou seguro que vou gostar. .Obrigado pelos seus comentários.