Love Me Do/P.S. I Love
You
Dr.
No
Se você estivesse em Londres no dia 2 de outubro de 1962, talvez pudesse, meio sem saber porque, ter comprado o compacto com as duas músicas da primeira frase acima, lançado naquele dia nas lojas de discos londrinas e, se ainda estivesse de bobeira, ido ao cinema ver a estreia do filme com o título da segunda.
Pronto. O destino o haveria premiado com a magia de ter testemunhado, em primeira mão, o nascimento das duas maiores lendas do entretenimento do século XX – os Beatles e James Bond. Cada um a seu modo, esses dois poderosos ícones iriam impregnar sua imagem na música e no cinema e influenciar centenas de milhões de aficionados mundo afora. Sessenta anos depois, diferentemente de tantos outros fenômenos que nasceram durante seu tempo, tiveram sua medida de sucesso, mas depois ficaram pelo caminho, os Fab4 e 007 ainda suscitam o interesse das novas gerações e alimentam o saudosismo daqueles que os viram surgir.
Entre estes, eu me permito incluir dois veteranos blogueiros. O meu amigo Homero Ventura, alcunhado mui merecidamente de Enciclopédia Beatlanica, dado o seu profundo e inesgotável conhecimento da obra dos Beatles e que, há meses, vem desenvolvendo uma magnífica e antológica resenha sobre o imenso mundo dos garotos de Liverpool, levando-nos aos mais pormenorizados detalhes de suas vidas e de suas canções, um trabalho que o levou a ser convidado a fazer parte da equipe do programa radiofônico “Submarino Angolano” de uma emissora de Luanda.
O outro, modestamente, sou eu, com a minha série sobre os filmes de Bond. Ambos reverenciamos a data em que, há exatos sessenta anos, inescrutáveis desígnios fizeram coincidir o início de duas fabulosas carreiras.
O que nos faz pensar também sobre o poder de certas datas. Há tempos, escrevi um blog sobre o dia quatro de março de 1968, data da première do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço e do assassinato de Martin Luther King. Este dois de outubro também não fica atrás. Ao mesmo tempo em que comemoramos os milagres do passado, aqui no Brasil joga-se uma cartada importante sobre o nosso futuro. Raramente uma escolha é tão diametralmente oposta e, consequentemente, tão crucial. Não por acaso, dois de outubro é o Dia do Anjo da Guarda...
Uma coisa, entretanto, merece ser dita. Acabei de voltar para casa, depois de votar e não tenho, evidentemente neste momento, qualquer ideia sobre o resultado. Tenho minhas preferências, é claro, mas o que me mais me conforta neste momento é verificar que, de tudo o que eu vi e vivi nestes meus 81 anos de Brasil, sinto hoje a alegria de presenciar um espetáculo genuinamente democrático acontecendo. Um gigantesco colégio eleitoral de 150 milhões de brasileiros está, enquanto escrevo, exercendo seu direito de escolha livremente, sem coações, peias, proibições ou constrangimentos.
Se isto, por si só, não é uma vitória, eu não sei o que é.
Oswaldo
Pereira
Outubro
2022
Alguém devia nos lembrar disso, né Oswaldo ? E tinha q ser vc !
ResponderExcluirMinha filha me escreveu aqui agora, da fila pra votar dizendo-se emocionada por conta da esperança de mudar. Mas acho q é tb pq está apaixonada ! Paixão dá trabalho !!! Hay q vivir!!!
Ah! a paixão... tem de aproveitar, porque pouco duram...
ExcluirPois é Oswaldo. Uma pena que tal beleza se tenha transformado numa grande decepção.
ResponderExcluirNada ainda está perdido. A base política de Bolsonaro ganhou em toda a linha. Vamos ter um Senado, uma Câmara e vários Governos Estaduais alinhados com a Direita conservadora. Só falta a cereja do bolo. Quem sabe?...
ExcluirVocê está certo. No dia 30 a gente coloca a cereja.
ExcluirEmociona sua fala Oswzldo
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