GoldenEye não é título de nenhum livro de Ian Fleming. Mas, é o nome da propriedade onde ele viveu e escreveu a maioria dos livros de James Bond, uma confortável villa localizada na baía de Oracabessa, na Jamaica. Fleming comprara o terreno em 1946, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, e fez ele mesmo o projeto da casa. O nome veio de uma operação comandada por ele durante a guerra, um plano de contingência caso Gibraltar fosse atacada pelos alemães.
E este foi o nome escolhido para o décimo sétimo capítulo da franquia, lançado em 1995, seis anos após o anterior. Uma batalha legal sobre direitos autorais e a escolha de um novo ator para o papel foram os responsáveis pelo atraso. Até uma nuvem de dúvidas sobre o futuro da carreira cinematográfica de 007 chegou pairar sobre o mundo do cinema. Mas ele voltou.
A pré-sequência mostra uma ação levada a cabo, em 1986, por dois agentes 00, Bond e seu colega e amigo Alec Trevelyan, nas instalações da planta química soviética de Arkangel, dirigida pelo coronel russo Arcady Ourumov. Entretanto, algo dá errado e Trevelyan é eliminado; Bond consegue escapar e destruir a fábrica. Essa cena, que você pode conferir neste LINK , traz uma das mais inverossímeis façanhas de 007, na qual ele se atira com uma motocicleta de um penhasco e consegue penetrar na cabine de um monomotor desgovernado em plena queda livre. Analisada por técnicos em sobrevivência e aerodinâmica, a chance de isto acontecer é... zero.
Nove anos depois, Bond está em Monte Carlo, cenário da apresentação aos representantes da OTAN de um helicóptero francês da classe Tiger, capaz de resistir a ataques eletromagnéticos. O aparelho, entretanto, é sequestrado por Xenia Onatopp, uma agente do Sindicato do Crime liderado por um misterioso chefão chamado Janus. A cena seguinte passa-se numa base rastreadora de satélites em Servernaya, na Sibéria. Sem aviso, a base recebe uma visita de Ourumov, agora General e chefe da inteligência russa. Acompanhado de Onatopp, ele apossa-se dos códigos de controle de Goldeneye, uma arma secreta espacial capaz de emitir pulsos eletromagnéticos destruidores, enquanto Onatopp mata os ocupantes da base. Ourumov direciona a mira do satélite-arma para a própria base e escapa com Onatopp no helicóptero roubado em Mônaco.
Neste momento, na sede do MI6, agora dirigido por uma mulher, Bond e a nova M acompanham as imagens dos satélites espiões britânicos focados na base de Servernaya. A Guerra Fria terminara anos antes, com o desmonte da União Soviética, mas os serviços de espionagem, tanto do Ocidente como do Leste, ainda se mantinham mutuamente sob vigilância. A destruição da base aparece nas telas e M, assim como Bond, concluem que se trata de um ato terrorista, praticado por alguém dentro da Rússia. Aproximando o foco dos satélites sobre os destroços do edifício, Bond descobre que alguém sobreviveu ao ataque.
M despacha Bond para São Petersburgo, onde ele se encontra com Jack Wade, operativo da CIA na cidade. Com sua ajuda, 007 visita Valentin Zuckovsky, ex-agente da KGB. Através de Zuckovsky, Bond fica sabendo que a organização de Janus está por detrás do roubo dos controles de Goldeneye.
Bond vai atrás de Janus e descobre que ele é ninguém menos do que Alec Trevelyan, o colega que vira sendo executado por Ourumov no ataque a Arkangel, oito anos antes. Antes de preparar a eliminação de Bond, o ex-006 revela que, na verdade, sua suposta morte fora uma armação. Trevelyan é órfão de cossacos que haviam sido traídos pelos britânicos depois da Guerra e entregues aos soviéticos para serem dizimados. Seu ódio pela Inglaterra fizera com que ele montasse a organização criminosa, cujo objetivo é usar Goldeneye para destruir Londres.
Bond é alvejado por um dardo tranquilizante e manietado dentro de um helicóptero a ser atacado por mísseis, juntamente com Natalya Simonova, a sobrevivente de Servernaya, que, como única testemunha da ação de Ourumov, caíra nas mãos de Janus. Evidentemente, Bond e Natalya conseguem escapar e chegam a avisar o Ministro da Defesa russo da traição de Ourumov e dos planos de Janus. Mas Ourumov consegue invadir o local e assassina o Ministro, tentando colocar a culpa em Bond. Segue-se uma cena de perseguição, com 007 a bordo de um tanque (!!), destruindo meia cidade no encalço de Ourumov.
A perseguição leva Bond ao quartel-general de Janus, um trem da era soviética. Novo confronto ocorre, com Ourumov sendo morto e Janus, acompanhado por Xenia Onatopp, fugindo. Usando seus conhecimentos como analista de sistemas de rastreamento de satélites, Natalya descobre que uma nova base clandestina foi montada em Cuba por Janus, de onde ele pretende programar Goldeneye para seu ataque à capital inglesa.
Novamente com a ajuda de Wade, Bond voa até a ilha do Caribe. A luta final entre ele e Janus desenrola-se dentro da gigantesca antena da base, com o agente britânico finalmente levando a melhor sobre seu antigo amigo. A base é destruída; Bond e Natalya conseguem escapar. O filme termina com os dois sendo surpreendidos por um batalhão de marines camuflados, no momento em que, acreditando estarem sós, preparam-se para saborear sua vitória...
(continua)
Oswaldo
Pereira
Outubro
2022
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