domingo, 8 de maio de 2022

BOND 60 (17): LIVE AND LET DIE (PARTE I)

 


Live and Let Die marca o início da era Roger Moore. O ator britânico fora cogitado anteriormente pelos chefões da EON para encarnar 007. Entretanto, em todas as ocasiões, Moore, que já era considerado um dos mais cobiçados galãs da época (imbatível na série The Saint, sucesso televisivo na década de 1960), estava engajado em outros compromissos, como seu trabalho na série de TV Persuaders (contracenando com Tony Curtiss). Desta vez, porém, o convite foi aceito. Um Bond diferente, mais leve e refinado, iria reinar por muitos anos.

ROGER MOORE: O NOVO BOND

O filme apoia-se em parte no livro de Ian Fleming, mas o roteirista Tom Mankiewicz, o mesmo que modificara significativamente a história original de Fleming em Diamonds Are Forever, novamente inseriu elementos que estavam ausentes na trama literária.

A pré-sequência mostra três membros do MI6 serem assassinados em Nova Iorque, Nova Orleans e em San Monique, uma republiqueta caribenha, em menos de 24 horas. Depois dos títulos iniciais (sempre um ótimo trabalho de Maurice Binder), o filme abre com Bond na cama (onde mais?...) de seu apartamento em companhia de uma agente italiana. Seu idílio é interrompido com uma visita inesperada de M, que o vem convocar para a missão de descobrir a causa da eliminação dos agentes britânicos.

Bond inicia sua investigação por Nova Iorque, onde se encontra Dr Kananga, ditador de San Monique, cujos passos estavam sendo seguidos pelos três investigadores do MI6. Logo na chegada, é alvo de uma tentativa de assassinato. Conseguindo escapar, ele contacta Felix Leiter da CIA, seu companheiro de outras aventuras, que já descobrira pistas indicando que o malogrado assassino provinha do Harlem. Bond segue para lá e cai nas garras de Mr. Big, um chefão do crime no bairro negro. Enquanto, sob forte vigilância dos hit men de Mr Big, ele espera ser confrontado pelo gangster, Bond trava conhecimento com Solitaire, uma vidente de cartas de tarô, sempre vista ao lado de Kananga.

Sob as ordens de Mr Big, 007 é levado a uma viela para ser morto por dois de seus capangas, mas, evidentemente, ele escapa. Intrigados com uma possível ligação entre o ditador caribenho e o chefão do Harlem, Bond e Leiter decidem concentrar sua investigação em San Monique. Para lá parte 007 e, ao chegar, recebe o auxílio e, é claro, bastante mais do que isso, de uma agente local da CIA, chamada Rosie Carver.

Os dois, a bordo de uma lancha manejada por Quarrel Jr (aliado de Bond e filho de seu amigo morto nos pântanos de Crab Key em Dr No), invadem a propriedade onde mora Solitaire. Rosie, entretanto, é uma agente dupla, trabalhando para Kananga. Bond descobre o ardil e tenta fazer Carver dar-lhe informações sobre o inimigo, mas a mulher é morta numa armadilha. Bond consegue entrar na casa de Solitaire e, usando artimanhas no baralho de tarô da vidente, a faz acreditar que seu destino comum é serem amantes.

Depois de uma noite juntos, Solitaire descobre que, ao perder sua virgindade, perdera também seus poderes sobrenaturais. Sabendo que não seria mais útil a Kananga, que se valia de seus dotes premonitórios para tomar suas decisões e que este, certamente, a mataria, ela se alia a Bond. Os dois escapam para Nova Orleans.

Mas Mr Big consegue apanhá-los. E então revela, ao retirar sua máscara prostética, que ele e Kananga são a mesma pessoa. E que, sob seu domínio e usando o terror inspirado pelo Vodu, a ilha de San Monique possuía extensas plantações de papoula. Seu plano é distribuir gratuitamente a droga pelas Américas, levando os demais concorrentes à falência e aumentando o número de dependentes.  Como resultado, ele acabaria tendo o monopólio do tráfico em todo o continente.

(continua)

Oswaldo Pereira
Maio 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário