Dizem que o tempo equaliza. A perspectiva de olhar para trás depois que as ondas de choque do presente se alongam no ar rarefeito do passado, afirmam, clareia o raciocínio e refina os julgamentos. Será?
Vamos ver, por exemplo, o que a História nos conta sobre um evento semelhante ao que estamos passando do início dos 1900’s e ficamos sabendo que Oswaldo Cruz foi um herói. Na época, queriam matá-lo. Hoje ninguém tem dúvida de que Adolf Hitler era um psicopata sanguinário, mas, tão tarde como 1939, havia muita gente fora da Alemanha que o admirava. Jackie e John Kennedy eram a personificação do casal modelo, rico, poderoso e feliz. Agora, nos dizem que não era bem assim e que o irrequieto Presidente não deixava passar uma beldade intocada pelos corredores da Casa Branca.
O fato é que o registro histórico está povoado de releituras. Às vezes, isto é levado ao extremo e ao erro fatal, que é julgar o passado pelas regras do presente (haja vista o ato imbecil de remover e destruir monumentos e estátuas em nome de um revisionismo equivocado).
Assim, o que dirão os arquivos de um século à frente sobre a Pandemia do Coronavírus? Quem aparecerá como herói, quem amargará a pecha de vilão? Qual será o veredito histórico sobre os Governos, os médicos, os laboratórios, a Imprensa? O que o holograma de um renomado sanitarista, confortavelmente sentado em seu automóvel voador movido a energia solar em 2122, dirá aos seus seguidores sobre o comportamento da Humanidade nos anos 2020? A vacina terá sido a salvação ou o contrário? Quantas teorias da conspiração terão por acaso farejado algo real?
E, a grande dúvida, que confiabilidade terão esses registros? Qual será o vencedor que escreverá a “verdadeira” história do que se passou? Quais interesses, de hoje ou de então, influenciarão os analistas, os comunicadores e os formadores de opinião do século XXII?
Por fim, quem acreditará e quem porá em dúvida os que lhes estará sendo contado? Se a polarização dos dias atuais persistir, sempre haverá positivistas e negacionistas.
Mas, no fundo, a mim pouco importa. Não estarei lá para ver...
Oswaldo
Pereira
Não estaremos lá,... certo, mas e aqui ? O que é esse aqui agora que estamos vivendo "sem saber", até que ponto nos anula,totalmente, o fato de que qq ser humano é uma ameaça de morte para qq outro ser humano.
ResponderExcluirHá dias, esbarrei na net com uma lista dos 10 piores anos para estar vivo da História. Mais da metade, eram anos de pandemia. Vamos estar nesta lista no futuro?
ExcluirTalvez aconteça o mesmo que aconteceu com a peste negra e as mais recentes como a peste (!) espanhola e a pneumónica -a gripe das aves ,doença das vacas...só pandemias! Parece-me que a tuberculose nos vai matar a todos! Fernanda
ResponderExcluirSomos muitos... Sempre sobra alguém para contar a história...
Excluir¨Se a polarização dos dias atuais persistir, sempre haverá positivistas e negacionistas.¨
ResponderExcluirPara mim esse é o ponto crucial, ou sempre foi assim na história da humanidade?
Afinal estamos num planeta de opostos, tudo tem seu oposto com exceção do dinheiro. Diz para mim, qual o oposto do dinheiro?
O oposto seria uma autossuficiência total do ser humano. Um ser que não precisasse de nada para sobreviver e ser feliz ou que pudesse consegui-las sem ter de dar algo em troca. Sem troca, não haveria valorização e, daí, nem dinheiro. Mas, tal ser não existe....
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