Está no dicionário.
Impeachment:
acusação, contestação,
ação de por em dúvida ou de desafio à honestidade ou credibilidade de uma
pessoa.
Os Estados Unidos já tiveram dois presidentes
confrontados com ele. Andrew Johnson, em 1868 e, mais recentemente, Richard
Nixon, em 1974. Nós tivemos o Collor, em 1992.
Não deixa de ser um anglicismo, como os muitos que se
infiltraram em nossa língua pátria, às vezes por falta de um vernáculo
correspondente ou por virem turbinados pela força de uma tecnologia de ponta,
outras vezes por pura subserviência cultural. O irônico é que a palavra inglesa
deriva do Latim (a “nossa” matriz linguística) impedicare, que significava algemar,
por em grilhões ou correntes, prender. Há trinta anos, quando a palavra
apareceu por aqui, teve um gaiato que, partindo do princípio de que peach, em inglês, quer dizer pêssego,
traduziu o termo como empecegamento...
Nos países de tradição parlamentar, o impeachment equivale a uma moção de censura e, quase sempre, determina a realização de eleições gerais que põem
à prova a continuidade de um Gabinete. Ele é tudo isto. Só não é o que os
partidários de Dilma Rousseff insistem em chamá-lo: golpe.
O impeachment é,
antes de tudo, um processo político. Sua legitimidade repousa na formação de um
processo que só ganha forma se apresentado ritualmente em assembleia no Legislativo.
Para isto, é necessário que a moção se baseie em acusações formais que vão do
delito comum aos crimes de responsabilidade, abuso de poder e desrespeito à
Constituição. A partir daí, o pedido vai a plenário, onde é examinado,
discutido e, finalmente, votado. Tudo dentro da norma democrática. Na atual
conjuntura, com um Congresso devastado pelas implicações da Operação Lava-Jato,
é um processo que poderá levar muito tempo.
Há muita gente fazendo um paralelo com o que aconteceu
com Fernando Collor. São duas coisas diferentes. Em 1992, o clamor público era
mais unânime. Hoje, embora ele tenda a aumentar depois da manifestação prevista
para o dia 15, não será uma voz única. O PT ainda é uma força popular respeitável
e conta com o carisma de um líder que é exímio sedutor de massas. Em adição, a
administração Collor mexera com várias caixas-pretas, contrariara uma legião de
interesses, irritara a população com o confisco da poupança no bojo de um plano
para combate à inflação que não dera certo e se isolara politicamente, apoiada
no final apenas por seu partido nanico, o PRN. Até o irmão Pedro e boa
parte da aristocracia alagoana, seu
berço na vida pública, brigaram com ele. À boca pequena, entretanto, sussurrou-se que seu
pecado mortal foi fazer uma reserva de
mercado da corrupção e beneficiar apenas seu pequeno grupo. Assim,
destituí-lo foi um passeio no parque.
Não acredito que com a Dilma as coisas sejam tão
fáceis. Mesmo que a iniciativa chegue ao Legislativo, o caminho é longo e
tortuoso. A paralisia que acomete o Governo e as Câmaras Altas do País já é o
nefasto prenúncio de um ano difícil e imprevisível. Um processo de impeachment polarizaria ainda mais os
ânimos e a carnificina política poderia deixar a Nação à deriva. Empecegar a Dilma. É isto mesmo que a gente
quer?
Oswaldo
Pereira
Março
2015
Meu querido irmão gêmeo nas esferas galáticas. Sem querer ou talvez querendo, mas disfarçando, você disse a que viemos. Subserviência a uma língua dita anglo saxã (existe ou é sônica?) mas cujos vocábulos têm 75% de raiz latina, como heart cuja raiz é cor, cordis, ou seja, como dizia o Nelson Rodrigues somos vira latas.Ele dizia que era complexo. Não é não, quando se é vira-lata tudo conspira para demonstrar que vira-lata é vira-lata mesmo. Porque impeachment? e não impedimento? Claro, não vou começar tudo de novo. É o vira-lata chafurdando na cultura norte-americana para copiar aqui o que nos diz a consciência. A nossa cordura nos levou a isso. O vira-latas é hoje o animal mais cotado. É ele que vira o lixo para gerar energia, é ele que é Obama perseguido pelo desabrido racismo norte-americano, que está fazendo a América voltar a ser o grande país que sempre foi sem Bush e quejandos. Pode até perder as eleições para algum adversário da Hillary, mas seguramente o Congresso será todo seu. Quem diria hein? Crescimento de 5% crescimento de empregos e uma economia que igualou o euro ao dólar? É sim IMPITCHMENT!
ResponderExcluirFoi o que eu disse. Melhor "empecegamento" que impitchiment... E concordo mais uma vez com você sobre o Obama. E acho que a sua vitória econômica ainda vira o jogo antes de 2016. Long live Hillary...
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