Na clínica, Bond encontra 12 mulheres que, conforme é informado, ali estão para tratamento de diversas formas de alergia. Embora, fiel à sua personificação do compenetrado e assexuado expert em genealogia, ele pretenda estar desinteressado nas garotas, várias se interessam e uma animada peregrinação noturna aos aposentos de muitas delas acaba acontecendo. Durante essas visitas, ele percebe que, em determinados horários, elas são submetidas a um transe hipnótico, comandado por mensagens de voz de Blofeld nos autofalantes de seus quartos.
Bond acaba sendo apanhado com a boca na botija (desculpem a imagem...) e levado à presença de Blofeld, que já sabe quem ele, na realidade, é. E todo o maquiavélico plano do arquivilão lhe é revelado. No fundo, a clínica é um disfarce para um laboratório produtor de agentes químicos destinados a acabar com toda a vida vegetal do planeta e esterilizar todos os campos e plantações. As mulheres (cada uma delas vinda de uma região do globo), que Blofeld chama de “anjos da morte”, estão sendo subliminarmente condicionadas para disseminar os esterilizadores pela Terra. Em verdade, Blofeld quer usar essa ameaça para chantagear os governos mundiais a anistiá-lo dos crimes anteriores e aceitar sua pretensão ao título de nobreza.
Bond é feito prisioneiro na clínica, mas, como sempre, consegue escapar. Uma feroz perseguição pelas montanhas nevadas tem lugar até que 007 chega a uma vila alpina. Lá, surpreendentemente, ele encontra Tracy. Os dois continuam a fuga dos capangas de Blofeld em bem coreografadas cenas que envolvem carros em disparada, esquis em profundos desfiladeiros e até trenós de competição. Numa pausa de toda essa correria, Tracy e Bond passam a noite em um galpão abandonado. E aí, ele a pede em casamento.
Ambos conseguem livrar-se de seus perseguidores. Com a ajuda de Draco e sua turma, a bordo de vários helicópteros, Bond retorna a Piz Gloria e destrói a clínica. As próximas cenas são do casamento de Bond numa herdade em Portugal. Ao partir para a sua lua-de-mel, entretanto, enquanto para numa estrada para retirar as flores do seu Aston Martin, Blofeld surge em outro carro disparando uma metralhadora. Bond tenta segui-lo, mas, ao sentar-se ao volante, ele vê que Tracy está morta, atingida por uma bala.
Tracy foi representada por Diana Rigg, que fazia sucesso como Emma Peel, no seriado The Avengers. ( Para os aficionados de Game of Thrones, Rigg interpretou Oleanna Tyrell, uma esperta matriarca). O Diretor Peter Hunt a havia escolhido por ser uma atriz experimentada, um contraste com o neófito Lazemby. Na época, a imprensa noticiou que o relacionamento profissional dos dois foi tumultuado durante as filmagens, coisa negada por ambos anos depois.
TELLY SAVALS COMO BLOFELD |
Para o papel de Ernst Blofeld, a escolha unânime dos produtores foi o americano Telly Savalas, também em grande fase na TV como o detetive Kojak. Gabrielle Ferzetti, o veterano ator romano, fez Marc-Ange Draco (com sua voz dublada dado o seu forte sotaque italiano). John Barry foi novamente responsável pela trilha sonora. A sua composição para a música-título foi inicialmente um número apenas orquestrado. Em boa hora, entretanto, o maestro resolveu fazer uma parceria com o letrista Hal David e convidou Louis Armstrong, já doente e incapacitado para tocar seu trompete, para cantá-la. O resultado foi uma das mais belas páginas musicais de todos os tempos. We Have All The Time In The World seria novamente usada como magnifico fundo musical no recente No Time To Die.
Há muitas versões para o fato de George Lazemby ter aparecido em apenas um Bond: crítica desfavorável, incompatibilidade com o Diretor Peter Hunt, com o Produtor Albert Broccoli e com os seus colegas atores, inexperiência profissional e o peso de ter de substituir Sean Connery. Tudo isto contribuiu, mas foi a opinião do próprio Lazemby, convencido de que, no limiar da década de 1970, com o aparecimento de filmes como Easy Rider, as histórias sobre agentes secretos de gravata e attachés de couro estavam com os dias contados, que o fez desistir do papel.
Hoje, On Her Majesty’s Secret Service, que trouxe de volta aos cofres da EON mais de US$82 milhões, é considerado um dos melhores capítulos da franquia. E muito crítico contemporâneo afirma que o australiano George Lazemby, se continuasse, seria um dos mais bem sucedidos 007’s de sempre.
Oswaldo
Pereira
Olá Oswaldo. Vou rever o filme assim que puder.
ResponderExcluirABS.
Gonzalo