Quem iria imaginar?...
Desde aquele já longínquo 11 de março,
quando o inefável Tedros Adhanom Ghebreyesus (um nome cabalístico, conceda-se),
Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, batizou o surto do Novo Coronavírus
de Pandemia, estamos vivendo outra
vida. Inimaginável, até pouco tempo antes. Apenas setenta dias para trás, o
Mundo saudava a entrada de 2020. Lembro-me muito bem que numerólogos juramentados
e profetas instantâneos vaticinavam para o ano infante um futuro glorioso, em
que bons ventos e inebriantes fluídos embalariam as Estações em suaves cantigas
de paz e amor. A Humanidade se engalanava para meses de pura alegria e fazia
planos. Viagens, casamentos, novos negócios, novos empregos, aquela formatura tão
batalhada e aguardada, aquele carro novo, a compra da casa dos sonhos.
Sonhos.
Trump,
Kim Jong-il e Xi Jinping não obstantes, o caminho à frente brilhava ao sol da
manhã de um janeiro nascente. Uma trégua relativa nas guerras, economias em
expansão, inclusão social sobre a Terra, o planeta girando feliz num Universo aos
poucos desvendado pela Ciência. Uma festa.
Agora, com julho já pela metade, aqui
estamos. Nós, os velhinhos, presos em casa. Os mais jovens se aventurando por
bares e calçadas recém-abertos, mas com um pé atrás e máscaras no nariz.
Rotinas, absurdas em nossa vida pré-COVID, tornando-se parte integrante do
nosso cotidiano. Governos inseguros ou delirantes decretando éditos conflitantes,
marchas e contramarchas, imprensa e “autoridades”
politizando remédios e falseando dados, canalhas públicos roubando descaradamente
enquanto gente morre.
Ah! 2020... Que verbete triste você será. Restam-lhe menos
de seis meses para você mudar a figura e resgatar-se ao olhos do futuro. Quem
sabe, de repente, uma vacina lá pros meados
de setembro, hein? Uma regressão inesperada nas estatísticas. O corona perdendo a força, broxando inapelavelmente. Quem sabe, uma
alforria até para os velhotes. Antes do Natal. Para que nos permita esperar por
2021 com a mesma esperança, intacta, pintada de novo. que nos irradiou há sete
meses e meio.
Oswaldo
Pereira
Julho
2020
Olá Oswaldo
ResponderExcluirEstamos esperançosos para pelo menos poder compartir novamente com netinhos,amigos e familiares mais chegados.
O mundo será diferente com certeza .mesmo com a bagunça das autoridades indecisas, nos queda a esperança de uma vacina eficaz ou uma progressiva auto defesa que a própria natureza nos habilite.
Seu cometário está mais otimista.
Obrigado
Emilio Gonzalo
Como tudo, isto passará. E vamos olhar para trás com as lições aprendidas, para que o passado não se repita. Grande abraço.
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