segunda-feira, 13 de julho de 2020

COVID-2020




Quem iria imaginar?...

Desde aquele já longínquo 11 de março, quando o inefável Tedros Adhanom Ghebreyesus (um nome cabalístico, conceda-se), Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, batizou o surto do Novo Coronavírus de Pandemia, estamos vivendo outra vida. Inimaginável, até pouco tempo antes. Apenas setenta dias para trás, o Mundo saudava a entrada de 2020. Lembro-me muito bem que numerólogos juramentados e profetas instantâneos vaticinavam para o ano infante um futuro glorioso, em que bons ventos e inebriantes fluídos embalariam as Estações em suaves cantigas de paz e amor. A Humanidade se engalanava para meses de pura alegria e fazia planos. Viagens, casamentos, novos negócios, novos empregos, aquela formatura tão batalhada e aguardada, aquele carro novo, a compra da casa dos sonhos.

Sonhos. Trump, Kim Jong-il e Xi Jinping não obstantes, o caminho à frente brilhava ao sol da manhã de um janeiro nascente. Uma trégua relativa nas guerras, economias em expansão, inclusão social sobre a Terra, o planeta girando feliz num Universo aos poucos desvendado pela Ciência. Uma festa.

Agora, com julho já pela metade, aqui estamos. Nós, os velhinhos, presos em casa. Os mais jovens se aventurando por bares e calçadas recém-abertos, mas com um pé atrás e máscaras no nariz. Rotinas, absurdas em nossa vida pré-COVID, tornando-se parte integrante do nosso cotidiano. Governos inseguros ou delirantes decretando éditos conflitantes, marchas e contramarchas, imprensa e “autoridades” politizando remédios e falseando dados, canalhas públicos roubando descaradamente enquanto gente morre.

Ah! 2020...  Que verbete triste você será. Restam-lhe menos de seis meses para você mudar a figura e resgatar-se ao olhos do futuro. Quem sabe, de repente, uma vacina lá pros meados de setembro, hein? Uma regressão inesperada nas estatísticas. O corona perdendo a força, broxando inapelavelmente. Quem sabe, uma alforria até para os velhotes. Antes do Natal. Para que nos permita esperar por 2021 com a mesma esperança, intacta, pintada de novo. que nos irradiou há sete meses e meio.

Oswaldo Pereira
Julho 2020

2 comentários:

  1. Olá Oswaldo
    Estamos esperançosos para pelo menos poder compartir novamente com netinhos,amigos e familiares mais chegados.
    O mundo será diferente com certeza .mesmo com a bagunça das autoridades indecisas, nos queda a esperança de uma vacina eficaz ou uma progressiva auto defesa que a própria natureza nos habilite.
    Seu cometário está mais otimista.
    Obrigado
    Emilio Gonzalo

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    1. Como tudo, isto passará. E vamos olhar para trás com as lições aprendidas, para que o passado não se repita. Grande abraço.

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