Tem sido um ano de viagens. Como vocês sabem, minha família está espalhada por este planeta e ver filhos e netos exige estar em constante movimento. E é um movimento de longas horas de voo, vários aeroportos e muitos fusos horários.
Como, desde
janeiro, este périplo familiar me fez conviver com várias línguas, jeitos e
costumes, acabei por vivenciar algumas peculiaridades que sublinham as
diferenças de postura e de concepção de cada povo. Por exemplo:
Portugal
Em abril recebi
uma multa referente a uma infração de trânsito. Vinha por correio especial e
foi entregue pessoalmente em minha casa por um funcionário da DHL. Era um estacionamento irregular ocorrido 2012. Como nessa época o carro que possuo ainda não estava em meu nome, preparei-me
para contestar. Mas, ao verificar o montante, desisti e resolvi pagá-la. Valor? €2,51. Quer dizer, o Departamento de Trânsito
português não hesitou em gastar muito mais em papel e correio para me cobrar
uma multa com cinco anos de idade...
Brasil
Em fevereiro,
descobri que me esquecera de pagar o Imposto Territorial de um terreno que tenho
em Nova Friburgo referente a 2014. Entrei em contato com a Prefeitura da cidade
serrana e solicitei que me enviassem um novo carnê de pagamento. Evidentemente,
esperava os acréscimos de mora e correção. Mas, a informação foi de que eu
poderia pagar o mesmo valor, sem adições. A pergunta era se eu pagaria a vista,
com um desconto. Ou se preferia dividir o valor em prestações. Quantas? Bem, eu
poderia escolher. 12, 24, 48...
Alemanha
Fui pagar o
estacionamento num shopping em Hamburgo. Inseri o talão e a máquina informou-me
que o valor correspondia a €12,00. Enfiei
uma nota de 20. Para meu espanto, e contrariedade, veio um troco de apenas três
euros. Resolvi conferir o recibo cuspido pelo terminal. Lá estava, em pleno
desprezo pela aritmética, o cálculo: 20 –
12 = 3. Fomos, eu e meu filho, reclamar. Pois bem. Não houve ninguém,
em todo o nível hierárquico da empresa de estacionamento, que soubesse solucionar
o problema. Lógica alemã: uma máquina não erra contas de subtrair. Portanto, se
a máquina determinou que o resultado era 3 euros...
Estados Unidos.
Fui comprar uma jeans no Macy’s. Numa outra loja da
mesma cadeia eu verificara que o preço andava em torno de US$35. Nessa onde
estava, entretanto, a mesma calça era vendida a US$59. Sem clearance ou promoções. O empregado deu-me a entender que nada
podia fazer. Por sorte, minha filha estava comigo. Rapidamente, ela sacou de
seu iphone, acessou o site da loja
que eu visitara antes e confirmou o preço que eu vira. O empregado nem titubeou.
Sem consultar gerentes ou superiores, imediatamente igualou o valor mais baixo.
Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso. Assim diziam
meus avós...
Oswaldo Pereira
Agosto 2017
Hilariante...
ResponderExcluirÉ interessante como cada cultura tem sua lógica própria. Acho que não é nem um problema de idioma. É mesmo uma maneira de pensar peculiar de cada povo.
Excluiroh! Em terra fora do Brasil você tem o resultado na hora, seja ele qual for e não sai dali aborrecido. Aceita e sorri, não há estresse. Abraços.
ResponderExcluirÀs vezes, nem tanto... É preciso compreender o ritmo de cada povo...
ExcluirIncrível.... cada uma com suas caracteristicas..... mas tem-se sempre que ter atenção aos números...
ResponderExcluirrsrsrs...
ExcluirPortugal- ora pois pois! Multado estás, na importação de quanto. Deves quita-lo!
ResponderExcluirBrasil - Nova Friburgo não deve ser no Brasil.... O prefeito era suíço????
Alemanha - que prepotência!!! Aliás, conto-lhe depois sobre o Japão.
Estados Unidos - é por essas que lá é o Beacon of The World....
Japão - bem, lá no Japão, aconteceu que pegamos um trem para ir de uma cidade a outra. Com receio de termos embarcado em trem errado, pois o tamanho da malha ferroviaria é imenso, perguntamos ao funcionário que verifica os bilhetes dentro do trem. Ele responde que nós estávamos no trem errado e nos mandou saltar do trem imediatamente para pegar um outro , porque aquele em que estávamos iria levar mais tempo para chegar porque era o parador.
Perfeita lógica nipônica. Aliás, desde que, na juventude, elegi o judô como meu esporte, que tenho imenso respeito pela cultura japonesa. Adorei seus comentários.
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