Há já algum tempo que José
Rodrigues dos Santos é um fenômeno literário português. Invariavelmente, as vendas de seus livros
superam a casa dos 100 mil exemplares. Para a grande maioria de brasileiros que
nunca ouviram falar dele, Rodrigues dos Santos é também âncora do principal
jornal televisivo da Radio Televisão Portuguesa e professor universitário.
Embora tenha eu muitas
reservas ao seu estilo literário, que considero bem abaixo em termos de
qualidade de outros autores contemporâneos, como José Luís Peixoto, José Eduardo
Agualusa e Mia Couto, por exemplo, acabo sempre por lê-lo. Seu mérito advém de
sua capacidade de criar boas tramas e colocá-las num ambiente plausível, mercê
de suas extensas pesquisas. Rodrigues dos Santos, como professor que é,
revela-se um incansável e minucioso adepto da investigação histórica, a que se
dedica por incontáveis horas antes de escrever um livro.
Seu último lançamento
chama-se Vaticanum e ocupa-se dos
escândalos de corrupção que, em história recente, envolveram o Banco do
Vaticano e seus dirigentes, com graves respingos na Cúria Romana. A história
desenvolve-se através dos inúmeros indícios de improbidade financeira,
suspeitas de ligações com a Máfia italiana e operações de origem fraudulenta e fins
ilícitos levados a cabo pelo alto escalão da Igreja Católica. Dentro de todo esse contexto, não podia deixar
de aflorar a suspeição com relação à morte de João Paulo I. Com sua
característica minúcia, Rodrigues dos Santos despeja nas suas páginas o rosário
de incongruências e de contradições que cercaram o desaparecimento desse Papa,
cujo férreo propósito era conhecido por todos – acabar com a corrupção no seio
da Santa Sé.
Esta é uma das muitas histórias mal contadas que o consciente
mundial acaba aceitando, apesar de pouco convencido. Outras?
O assassinato de Kennedy. A
explicação que o mundo engoliu, a versão do atirador solitário, a tal bala
mágica que deu voltas no ar para atingir o Presidente americano e o Governador
do Texas, a eliminação sumária de Lee Oswald, antes que ele fosse devidamente
arguido.
O avião que “atingiu” o
Pentágono em 11 de setembro de 2001, sem que haja uma simples câmara de
segurança (o edifício, sede do poder militar do país, devia ter centenas delas
ao redor) mostrando a cena, a inexistência de pedaços claramente
identificáveis de uma aeronave nos destroços.
A “morte” de Osama Bin Laden,
sem que seu corpo jamais tenha sido mostrado, a estorinha do ritual islâmico (?!) para o sumiço do cadáver do homem
mais procurado de seu tempo.
Por que aceitamos estas “verdades”?
Por que outras investigações acabaram por se esvaziar num pântano de pistas
escamoteadas ou simplesmente caíram no abismo do nada?
Será que há alguém, algures,
que controla isto tudo?
Mas aí, é só botar a Teoria
da Conspiração para funcionar...
Oswaldo Pereira
Maio
2017
Porque tudo morre, até a morte. E tudo estará sempre cercado por invencionices
ResponderExcluirA fábula dessa Humanidade perceptivelmente incompreensível.
"Perceptivelmente incompreensível". Muito bom...
ExcluirInteressante que li sobre o acordar do Papa e a pessoa que o servia oferecer a primeira refeição. E ele dizer que não estava disposto.Outra dita foi dizer que ele morrera dormindo . Mas sempre a mesma coisa em relação ao ocorrido pela madrugada, a pressa em vestí-lo....Será sempre um mistério, terrível e triste para a Igreja.
ResponderExcluirO Vaticano,logo após a morte de João Paulo I, apresentou, em sequência, três versões diferentes sobre o acontecido. Mais tarde, desmentiu todas e forneceu uma versão "oficial", que até hoje suscita muitas dúvidas...
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