Em outros tempos, a
moda era os panama hats, os chapéus
panamá, brancos, estivais, com sabor de férias, símbolo mundial do relax e da vida praieira.
Outros tempos...
Hoje, aquela tripa
geográfica, quase um cordão umbilical que une as duas Américas, manda mensagens
diferentes de um submundo tortuoso de fantasmas empresariais, lavanderias com
detergentes poderosos, onde dinheiros de procedências diversas, e perversas, encontram
a blindagem do anonimato e a imunização contra os dízimos fiscais.
Tá
todo
mundo lá. Mandatários, ministros, mecenas, mitos, malandros e magos. Se
quisermos continuar na letra M, também lá estão Macri e Messi. Todas as outras
letras do alfabeto, entretanto, estão também representadas com alento. São
quase 300.000 mil firmas de fachada com o nome romântico de offshores, criadas com o objetivo social
verdadeiro de esconder granas do Fisco e protege-las dos olhos dos outros
inocentes pagadores de impostos.
Uma grande farra
financeira regida pelos maestros da Mossack Fonseca, advogados
preferidos por nove entre dez magnatas para gerir seus pés de meia bilionários.
Ninguém sabe ainda estimar o tesouro que enche esta monumental caverna de Ali
Babá. O abracadabra da denúncia foi
apenas pronunciado e já causou a baixa do premier
da Islândia. Islândia?!, dirão
alguns. Como é possível que naquela pedra de gelo haja corrupção?...
Pois é, amigos. Depois
de mais este levantar de véus, que desnuda outra pintura obscena deste mal
endêmico, a gente se pergunta. Não serão a ganância, o conchavo, a vantagem
espúria, a facilidade comprada açúcares genéticos embutidos nos volteios do DNA
humano?
A ocasião faz o ladrão, já
diziam meus bisavós, provavelmente convencidos de que a honestidade pura era
uma lenda que morrera com Sir Galahad.
E, por falar nisto,
alguém já investigou a fundo a vida de Sir Galahad?...
Oswaldo Pereira
Abril 2016
Adorei... o final é perfeito!!
ResponderExcluirSabia do erro de tradução que originou o termo?
Tax haven, e não tax heaven? Aprendi como você. Homerix também é cultura!
ExcluirCaro Primo,
ResponderExcluirCertamente A Voz da Cidade aproveitará mais esse texto seu. O comentário é perfeito.
Machado de Assis, mais cético que nossos bisavós, dizia: "a ocasião faz o furto".
Abraços,
Geraldo
E em nosso Pindorama de hoje, nem precisa a ocasião...
ExcluirSim, não precisa a ocasião, e eles pensaram que "nunca antes neste país " surgiria um MORO, nosso Salvador ! Seu comentário está excelente!
ResponderExcluirObrigado, Cleusa. Espero que a "Lava Jato" tenha vindo para ficar.
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