Da água para o vinho. Ou o contrário, dependendo da trincheira
política em que você se encontre. A mudança do poder na Casa Branca, no meio de
um mundo tumultuado por pandemias e polarizações, reflete à perfeição o animus do momento.
São duas personalidades diametralmente opostas, sob qualquer
prisma que se observe. Trump dispensa, a esta altura do campeonato, comentários
e apresentações. O planeta inteiro já o conhece sobejamente. Assim que foi
eleito, em 2016, sua fanfarra já anunciava, aos quatro ventos, o tipo de
presidente que sua basta e rebelde cabeleira loura parecia representar.
Eu mesmo, no modesto escaninho deste meu blog, escrevi um texto,
“O Elefante na Casa Branca”, que você, caro leitor, pode encontrar neste LINK. O imprevisível assumia o comando da maior
potência do globo.
Joseph Robinette Biden Jr pode ser tudo, menos imprevisível. Com
uma sólida carreira no seio do Partido Democrata, seu jeito, sua cartilha, seu
credo e sua agenda não deixam lugar a especulações. Seus 48 anos de história
pública, desde que foi eleito, aos 30 anos, senador pelo Delaware, são mais que
reveladores.
Acima de tudo, Joe Biden cunhou uma imagem de sagaz sobrevivente na cena política americana
e de hábil navegador de seus meandros e labirintos. Disse e depois desdisse-se
em muitas ocasiões, apoiou e abandonou muitas ideias e propostas, foi à frente
e voltou atrás vezes sem conta. O proverbial politician’s politician, ou seja, um animal político por
excelência.
Suas tragédias pessoais (morte da primeira mulher e de uma filha
bebê num acidente em 1972, a de um filho de 42 anos, em 2015, e sua própria
quase morte em 1988 por um aneurisma cerebral), certamente devem ter-lhe dado a
fibra e a dura força de vontade que é um dos destaques de sua personalidade e
que o fez chegar até aqui.
A pergunta é: será Biden, nesta hora de quedas de braço
comerciais e ideológicas com a China, de desarranjo econômico nos Estados
Unidos e no mundo, de um possível acirramento no Oriente Médio com o
posicionamento nuclear do Irã, de uma União Europeia lutando para manter a
cabeça fora d’água, o homem certo na hora certa?
Esperei para ouvir o seu discurso de posse. Há quatro anos,
assisti ao de Trump, e dei minha opinião num post intitulado “Discurso Inaugural” (podem lê-lo neste outro LINK.
Sempre achei que a fala inaugural era o momento em que o novo presidente
anunciava ao país e ao mundo qual seria o caráter e a marca de seu mandato.
Biden, se não foi brilhante, pelo menos tentou ser inspirador e
escolheu como tema predominante de sua oração e homilia a procura do que,
talvez, seja o que mais falta há por aí. Compreensão, respeito e união.
Oswaldo Pereira
Janeiro 2021
True. But US economy is like a bike. Consumption keeps the bicycle running. A good-natured Jimmy Carter tried to inspire thrift 50 years ago, and the byke almost fell.
ResponderExcluirImagino q aos poucos, mas progressivamente; o grupo humano em sua quase totalidade vai perceber; vai apreender o sentido desta contenção adotada a guisa de enfrentar o virus. Consumo e sociedade acabaram por se tornarem incompatíveis.Se o cidadão "comum" ainda não sabe o que é isso, o Poder mesmo, como for possível, vai dar conta de abrir ou interromper caminhos segundo suas prerrogativas. Espontaneamente continuaremos vivendo ... ou não !?!?!?! ...
ResponderExcluirInadiável é a cconscientização de que, sem sobriedade, iremos para o precipício. O instinto entre outros atributos das espécies, vai vigorar. Helas !
É claro que a espécie vai sobreviver. Faz isso há mais de 2 milhões de anos. Instinto e, mais ainda, adaptabilidade são armas invencíveis.
ExcluirBINGO !!!
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