Mais um confronto racial. Como se não bastassem a guerra midiática em torno de lockdowns e vacinas, as vociferações pró e contra medidas e comportamentos durante a pandemia, as discórdias provocadas por eleições e fraudes, o tiroteio das fake news, os patrulhamentos do politicamente correto, os dedos em riste em torno da ideologia de gênero.
De repente, parece que a humanidade confinada e de máscaras
resolveu brigar por tudo e por nada, com imprensa e redes sociais cavando um
campo de batalha, onde trincheiras opostas despejam torrentes de impropérios e
ameaças virtuais que terminam por desaguar em confrontos nas ruas e nas praças.
Será que nos tornamos violentos, de uma hora para outra? Será
que a mansidão e a concórdia evaporaram-se num piscar de olhos, exatamente na
hora em que chegávamos ao século XXI e deveríamos estar preparados para
administrar nossa civilidade?
Lamentavelmente, a resposta é NÃO, para ambas as perguntas. A
triste verdade é que sempre fomos assim. Faltavam apenas os meios para
que a nossa ferocidade se revelasse no quotidiano. As antigas discussões com
vizinhos ou as brigas de torcidas nas arquibancadas dos estádios receberam um up grade com a proximidade
disponibilizada pela Internet. À distância de um deslizar de dedos ágeis na telinha
de um celular, temos o rosto virtual de quem, certamente por implicância,
ignorância ou simples maldade, discorda da nossa sagrada opinião. E tome de dislikes insultuosos e ofensas
cabeludas.
Somos assim. Os dois milhões de anos de existência do homo sapiens não foram bastantes para
abrandar a visceral marcação de
território que está na base do nosso comportamento. Seja por poder, desejo
ou crua inveja, a agressividade instintiva das cavernas ainda corre em nossas
veias. É o metal de que somos feitos.
É o nosso default...
Oswaldo Pereira
Novembro 2020
Gosto mto da ideia do
ResponderExcluirSilêncio Eloquente. Pra que isso se de é preciso exatamente, continuar a escrever. Obrigada Oswaldo, pela convicção com q vc produz e prodicalisa suas idéias em seus textos.
Eu é que agradeço. Ter leitores fiéis é a dádiva com que todo aquele que escreve sonha.
Excluir*prodigaliza
ResponderExcluirÉ !... Mais ou menos isso: defeito de fabricação .... O intrigante é o somatório - talvez não desprezível - de altruísmos arquivados ao longo dos tempos.
ResponderExcluirExatamente. Altruísmos estão infelizmente arquivados. E em "arquivos mortos"...
Excluirserão no futuro como sambaquis.
ResponderExcluirSomos feitos de contradição. O mesmo homem que é capaz de criar maravilhas é o mesmo que consegue, igualmente, cometer atrocidades. Convivência de opostos difícil e inevitável.
ResponderExcluirE as Religiões que, supostamente, deveriam controlar e diminuir essa nossa agressividade, têm dado péssimos exemplos ao longo da História...
ExcluirHá os que nascem assim.Nem as amizades, o carinho de alguns,o ver e sentir o outro,o viajar para países desenvolvidos modifica o que podemos chamar caráter. PENSO, mesmo que não poderia dizer CREIO,que é o próprio caráter e não a influência de um ou outro e nem mesmo das circunstâncias que os rodeia.Sera' a pessoa que recebe muito e não consegue dar.
ResponderExcluirReceber muito e não conseguir dar... Este é o grande problema dos humanos. Na maioria das sociedades, SERVIR é apenas uma palavra.
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