A ideia nada tinha de original. Após o término da Grande Guerra de 1914-1918, os países beligerantes haviam estabelecido um órgão semelhante, a que haviam dado o nome de Liga das Nações. Durou pouco. Cessa tudo o que a antiga musa canta, que um poder mais alto se levanta, já dizia Camões. A Itália de Mussolini, a Alemanha de Hitler e um Japão militarizado fizeram tabua rasa dos bons princípios da Liga e partiram para avançar suas fronteiras sobre países mais fracos. Sem força e sem voz, a organização murchou e o novo apocalipse eclodiu em setembro de 1939.
Mas, em 1945, com o cogumelo atômico sedimentando a noção de que, agora, uma guerra de proporções planetárias poderia eliminar a raça humana, a visão de Roosevelt apresentava-se como uma necessidade imperiosa e urgente. E em outubro daquele ano, 50 países assinaram o compromisso de criar um órgão que pudesse prevenir a hecatombe e fazer preservar a Paz. Nascia a Organização das Nações Unidas.
De lá para cá, a ONU vem escrevendo sua história com altos e baixos. Dizer que ela cumpriu sua missão básica, isto é, impediu o advento de uma Guerra Mundial III, é verdadeiro apenas em parte. O balanço dos arsenais nucleares e o medo de apertar o botão vermelho fizeram mais por isso.
Mas, inegavelmente, sua intermediação em alguns conflitos e, principalmente, sua ação humanitária no combate à fome e à opressão justificam com sobras a sua existência. Suas agências, como a UNICEF, a FAO, e a UNESCO são exemplo disto. Foi assim em vários pontos da África, no Haiti. Por outro lado, a ONU foi incapaz de mediar e apaziguar as guerras do Oriente Médio, no Vietnam, no Afeganistão, no Iraque e na Síria, só para citar alguns bárbaros conflitos.
Tudo isto para dizer o seguinte. Desde a sua criação, é a primeira vez que a organização experimenta uma situação de pandemia. Um ataque viral de proporções globais e que vem provocando uma reviravolta profunda de hábitos, atitudes e comportamentos, inédita desde a metade do século passado, além de um estremecimento econômico grave.
Era hora da ONU mostrar o seu valor. E o que tivemos? Uma atuação insegura, para não dizer pífia e titubeante da sua agência dedicada ao assunto. A OMS vem protagonizando um filme B de marchas e contramarchas, orientações desastrosas, dizeres e desdizeres, recomendações diametralmente opostas. Desde março, quando o nosso inefável Tedros Ghebreyesus deu início à sua cantilena de declarações de curta validade, que a imagem de detentora do saber científico de sua agência na área da saúde começou a desmoronar.
Além disso, outra coisa me intriga. Onde está o Secretário-Geral da ONU? Como é possível que, nos quase oito meses de duração da maior crise sanitária internacional dos tempos atuais, António Guterres não tenha praticamente dado o ar de sua graça?
Oswaldo Pereira
Setembro 2020
Guterres fez sim, um apelo formal de CESAR FOGO, aos países com zonas de conflito. Um mínimo, porém correto, objetivo de usar de bom senso.
ResponderExcluirSem dúvida. Mas, continuo achando muito pouco. Um acontecimento tão grave como uma pandemia merecia uma atuação mais assertiva de um Secretário-Geral da ONU.
ExcluirTb acho.
ExcluirAmiguinho amado você continua de Poliana Cândido quando ainda crê no Ser Humano. Eu há tempos desisti de acreditar. O mundo vai de mal a pior, pois demos muitos poderes aos Governos e como alguém disse : Se hay govierno soy contra.
ResponderExcluirO controle através dos dispositivos da Internet, O virus, agora a vacina e logo em seguida a próxima extinção de moeda circulante colocou a humanidade inteira de joelhos. Alguns dirão que pessoa pessimista e eu direi: Otimista é uma pessoa desinformada.
bjs Zezé
Querida Zeze, há tempos eu diria que tudo isto fazia parte da decantada Teoria da Conspiração. Mas, como você, hoje eu não tenho certeza.
ExcluirD'Acord ��
ResponderExcluirolá Oswaldo
ResponderExcluirDa a impressão que a ONU tentou se preocupar ao longo da sua trajetória mais com a política Em se tratando da epidemia realmente não deu as caras como deveria.
Há também por aí afora governos e agencias que não tem dados comprovados sobre os métodos para controlar esse surto que envolve pessoas que ainda não se protegem adequadamente porque nada vai acontecer com eles.
Temos que torcer para que aconteça uma descoberta de vacina eficaz ou uma medicação que funcione.
Abs.
Emilio
A vacina ainda não chegou e já causa polêmica. A sputnik 5 russa tem sido contestada, a chinesa não inspira confiança. E por aí vai. Vai ser complicado...
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