A origem é polithea, isto é, relativo à polis.
Os gregos definiram o sentido da
palavra, mas sua prática vem das cavernas.
Qualquer aglomerado humano a pratica. E
sempre a praticou. Os machos alpha estabeleciam
seu território e sua reserva de fêmeas pela maneira mais primitiva de política,
a força bruta. As tribos egípcias usaram o mesmo expediente, até se
sofisticarem o bastante para criarem as dinastias faraônicas. A política transferiu-se
dos músculos para o cérebro. Inteligência, instinto e ambição passaram a
funcionar a favor de quem sonhava com o poder. E aí está o grande afrodisíaco
da política. O poder.
Nada mudou, desde Ramsés até hoje. Disfarçada
em miríades de fantasias, ela atravessou os milênios. Sob diversas formas,
desde a democracia grega até o
equilíbrio instável das sociedades do século XXI, a política reinou, ora
bendizendo, ora amaldiçoando, a mais das vezes servindo-se a si própria, sobre
a face da Terra. Não há, nem pode haver, qualquer associação humana, desde os
menores núcleos familiares até as grandes nações, que não dependam de relações
políticas. Faz parte do nosso DNA.
Assim, grandes convulsões mundiais são
política levada ao extremo. Guerras, revoluções, cruzadas, levantes, qualquer grande
distúrbio da ordem, levam em seu bojo um desígnio político. Ele pode ser a sua
origem, ou o seu fim. Mesmo nas coisas insuspeitadas como tragédias ambientais
ou cataclismos naturais espontâneos, em que motivos políticos possam não estar
na sua gênese, eles certamente se manifestarão logo a seguir.
A pandemia do COVID-19 é uma convulsão
mundial. Logo, também é um fenômeno político. Principalmente agora, em que cada
vez mais se evidencia que o entendimento sanitário e epidemiológico do problema
é quase zero. Ninguém sabe mais do que se está falando. Enquanto centenas de
patologistas de renome mundial desmistificam a gravidade do vírus em si,
governos aumentam o alarme e a severidade das medidas de confinamento. Enquanto
vozes advertem que os estragos provocados pela quarentena horizontal serão
muito mais nocivos e sombrios do que o da doença, autoridades médicas projetam
curvas hipotéticas de imaginados “picos” e avisos precipitados sobre o colapso
das estruturas hospitalares. A própria Organização Mundial da Saúde já mudou de
posicionamento algumas vezes. Da premonição de apocalipse planetário, à
recomendação de que cada país adotasse medidas de acordo com sua condição
social e econômica e até a recente declaração de que o perigo está na
transmissão caseira, houve de tudo. Ou seja, os sábios da OMS estão
desnorteados...
Mais ainda, ninguém ainda soube explicar
porque epicentros como a Lombardia, Madrid e Nova Iorque, centros de excelente
nível cultural e econômico, apresentam números exacerbados de casos de
contaminação e morte, enquanto que em regiões de extrema pobreza e esquálidos
cuidados sanitários os números são diminutos. Ou a causa do crescimento da
epidemia mesmo em lugares onde a quarentena começou há mais de quatro semanas.
Então, neste vácuo de certezas e neste
fogo cruzado de achismos científicos
e acadêmicos, a política, com todos os seus demônios, entra com força. Vale
tudo. Manipulação de dados por uma imprensa comprometida, não com a verdade,
mas com sua agenda partidária, inundação das redes sociais por enxurradas de fake news a serviço desta ou daquela
bandeira ideológica, ocupação do espaço midiático por pretendentes oportunistas
a dividendos eleitorais. O espetáculo é deplorável. Quando um médico
conceituado como o Dr. David Uip, referência da profissão em São Paulo, se
recusa a informar qual o medicamento que o sarou do coronavírus para não evidenciar os efeitos curativos da hidroxicloroquina, e validar a defesa do
uso do remédio feita por Bolsonaro, temos a política no seu pior.
Oswaldo
Pereira
Abril
2020
... pois é né ? mas vazou. essa é "a Lei".
ResponderExcluirMelhor então;( guardados os devidos limites da Lei Maior a que está escrita sabe Deus aonde, senão nas Constituições dos Paizes do Mundo, contar com a outra lei não menos implacável ou seja a lei do Desejo. Acho que a Humanidade está abrindo essa porta e terá que arcar com as consequências in lato, E in stricto senso. claudia ribeiro
Amigo desde que começamos com essa cantilena do vírus nossas opiniões a respeito são exatamente a mesma; tem coisa grossa por detrás, mas jamais iremos saber ou quem sabe num futuro longínquo.
ResponderExcluirDeixando de lado a questão do que está por detrás do vírus eu gostaria que alguém me explicasse esses pontos abaixo numerados:
1- Se dizem que metade das pessoas tem que adquirir o vírus para terem anti corpus por que então a quarentena? Deixem a turma de risco presa e soltem a moçada.
2- A quarentena são quarenta dias como diz o nome ou são aqueles 15 dias montados para inglês ver da turma que foi transportada por 2 aviões da FAB vindos de Huan?
3- Se é uma quarentena que seja feita como na cidade onde tudo começou pois nada funcionava. Aqui motoqueiros, supermercados,porteiros motoristas de ônibus, postos de gasolina, atendentes em hospitais e emergências várias, transportes em geral continuam atuando e fora do FICA EM CASA, Porque são imunes ao vírus?
Sei que me estendi bastante, mas se puder responder aos 3 pontos você ou qualquer participante do blog eu ficaria grata. Bjs Zezé
Olá Zezé. Vou tentar responder. Por partes.
Excluirpergunta 1: isto tem sido defendido por centenas de infectologistas. Só os políticos são contra, sabe-se lá por que motivos...
pergunta 2: acho que o termo "quarentena" acabou servindo para designar qualquer período de confinamento
pergunta 3: Como já se cansou de dizer, o vírus em pessoas jovens e saudáveis tem pouco efeito. A maioria passa pela infecção assintomática.
Isto é o que sei, mas gostaria de receber mais opiniões...