O brasileiro continua me surpreendendo.
Dois recentes episódios de nossa cena pública deixaram-me aturdido e
extremamente confuso na hora de explicar o país àqueles que não são de cá.
No primeiro, o Presidente Bolsonaro
pediu à Petrobrás que adiasse o reajuste de 5,7% do óleo diesel, com receio de
que o aumento provocasse nova insatisfação nos caminhoneiros. É bom lembrar
que, no ano passado, uma greve prolongada do setor causou imensos problemas ao
país, como desabastecimentos e perdas na produção e na exportação, inclusive
sendo responsável pela redução do PIB. Imediatamente, imprensa e oposição
levantaram-se contra Bolsonaro, acusando-o de “intervencionismo” e, como numa
reação esperada do mercado, as ações da empresa caíssem, de ter causado um
“prejuízo” de R$32 bilhões à Petrobrás. Até Miriam Leitão, uma reputada
colunista de Economia, abriu suas baterias. O que muito me espanta, porque é
inadmissível que uma jornalista desse calibre confunda movimentações do mercado
de ações com perda efetiva. Dias
depois, as ações haviam retornado aos patamares normais. O interessante é que
nunca vi Miriam Leitão vociferar contra o saque perpetrado pelo PT, que desviou
(isto sim, um real prejuízo) bilhões
de dólares dos cofres da empresa.
No segundo, Bolsonaro, num encontro com
representantes do agronegócio, sugeriu (até em tom de brincadeira, como ele
próprio definiu no momento) que o Banco do Brasil diminuísse os juros dos
empréstimos bancários aos agricultores. Nova reação enfezada da imprensa e da
oposição.
Mas, a redução dos preços do combustível
e no valor dos juros não foi sempre uma reivindicação do povo? Por que, diabos,
estão contra?
Em outra polêmica, vários setores
insurgiram-se contra a declaração de Bolsonaro, em que ele determinou a
flexibilização da posse de armas para os proprietários agrícolas, num país em
que o MST (Movimento dos Sem Terra) tem protagonizado invasões de terras
produtivas e ocupadas por seus donos. Esqueceram-se de ler o Código Civil. Lá
está consagrada a autotutela territorial, isto é, a prerrogativa legal que todo
proprietário tem de defender seu próprio imóvel contra esbulhos, ameaças e
ataques, inclusive pela força (tá lá escrito, é só conferir).
É pena constatar que há milhões de
brasileiros que torcem contra, que querem ver o circo pegar fogo, que professam
o “quanto pior, melhor”.
Isto não pode dar certo. E fica difícil
de explicar.
Oswaldo
Pereira
Maio
2019
Concordo plenamente. Esse contínuo azedume da oposição em remar contra o que pode mostrar um bom caminho para o pais é extremamente contraproducente. E já passou dos limites.
ResponderExcluirIsto mesmo, Ana. No regime democrático, a oposição é um saudável contraponto. Mas tem de ser construtiva e responsável. Esta que temos é burra e desagregadora.
ExcluirPois é Oswaldo, isto foi sempre o que o PT em especial fez quando era oposição: opor-se a tudo. Eles se recusaram a assinar a atual constituição e agora se arvoram em lídimos defensores dela. Sabem e muito bem cultivar essa cultura desagregadora. Era o que já esperávamos e infelizmente tanto tempo no poder não lhes ensinou nada de democracia.
ResponderExcluirQue a esquerda ia jogar pesado quando voltasse a ser oposição, isto já era previsto. A resposta tem de ser dada pela indiferença. Não adianta polemizar. Dar espaço para imbecis como o Paulinho da Força, por exemplo, é contraproducente. Eles podem querer usar a ribalta, mas, se o teatro estiver vazio, vão perder seu tempo.
ExcluirÉ o pior é que não usam bom senso e nem inteligência. Memória curta... Mas... estou certa que sairemos desta com louvor.
ResponderExcluirTemos de acreditar nisso...
ExcluirTambém estou certa que 'sairemos desta com louvor ".Quando olhamos o que era aplauso ao governo de tantos anos Lula , claramente vemos o absurdo da reação dos "não aplauso ". Não sabem o que é certo ou errado. Hoje saiu um artigo fantástico falando sobre todos os planos do Paulo Guedes.Vamos esperar, é melhor.
ResponderExcluirÉ a nossa chance histórica de melhorar o país.
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