Como
entender algo assim?
Que
escaninhos tortuosos da mente humana regem atos como esse?
O
que leva um homem aparentemente normal,
sem problemas financeiros ou de saúde, a tornar-se num monstro assassino, de
uma hora para outra?
Que
gatilho emocional o fez disparar a morte sobre uma multidão de desconhecidos?
Que
fantasia alucinada pariu ele em seus neurônios? Em nome de que ou de quem? O
que alimentou sua fúria? Vingança? Desespero? Onipotência?
Só
tenho perguntas. E a esperança de que algum psicólogo de plantão me explique.
Steve
Paddock não é o primeiro. Nem será o último. Já tivemos outros massacres, nos
Estados Unidos, na Noruega, até no Brasil. Na maioria deles, acabou-se por
encontrar um motivo, uma distorção de caráter, um despeito afogado, um recalque
mal curado, uma alucinação religiosa. Ervas daninhas escamoteadas, às vezes
durante anos, por um comportamento social exemplar, prontas a explodir como uma
caldera fumegante de ódio.
Queria
só entender.
Só
não vou perceber é como a legislação de um país permite a um cidadão possuir 42
armas de fogo, sem ser colecionador ou comerciante do ramo. Tem muita gente
dizendo que uma coisa não tem a ver com a outra. Pode ser. Gostaria de acreditar,
mas acho complicado.
Enquanto
isso, o triste recorde de 58 mortos (até agora) e 547 feridos sangra nos
noticiários.
E
mais uma pergunta flutua num céu de chumbo. Até quando?
Oswaldo Pereira
Outubro 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário