segunda-feira, 25 de setembro de 2017

UMA NOVA ERA?...


Mais um fim de mundo que falhou. Como na piada já viralizada no Face, eu fui a todos. 2000, 2002, 2012, 2015... Para o da viragem do milênio, escrevi até um conto, “Conversa no Theatro”, que, como todos os outros contos meus, sofre as penas do desterro, exilado dentro do meu e-book “Livro de Contos”, aqui mesmo nas colunas laterais do meu blog. Se se sentirem penalizados pelo seu ostracismo, permitam-se uma olhada. É só clicar na capa do dito livro e percorrê-lo...

Mas, voltando ao apocalipse prometido para o passado dia 23, a aguardada conjunção de sete corpos celestes (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e a estrela Regulus, da Constelação de Leão) iria desencadear uma série de perturbações celestiais. Falava-se até no aparecimento de Nabiru, um planeta rogue do nosso Sistema Solar, e de uma possível colisão sua com a nossa Terra.

Outra escola de estudiosos dos humores do orbe assegurava, entretanto, que o raro alinhamento não determinaria o Armagedom, e sim o início de uma era universal de entendimento e paz. O propalado “fim da escuridão”.

Bem, até a hora em que escrevo estas pachorrentas linhas, o mundo não acabou. O céu azul e as gaivotas que vislumbro da minha janela confirmam esta certeza. Assim, uma parte das profecias deu chabu. E o outro vaticínio? Será que entramos numa Era de Aquarius do Bem?

Conferindo. No mesmo sábado 23, o Ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte discursou no plenário da ONU. Disse poucas e boas contra os Estados Unidos, enquanto que distúrbios geológicos davam a entender que um grande teste nuclear tivera lugar no norte da península coreana. Especialistas indicam que, possivelmente, Kim Jong-un já conseguiu seu brinquedinho atômico.

Um dia depois, Angela Merkel confirmou sua vitória nas urnas, mas a Alemanha acordou na segunda com a incômoda notícia do crescimento histórico da extrema direita, o que transforma os próximos anos de Merkel no poder num pedregoso caminho de alianças instáveis. Para a Comunidade Europeia, a braços com o Brexit, com um Catalunha-exit em gestação, um Macron caindo pelas tabelas da popularidade, países construindo muros anti-refugiados enquanto Grécia e Itália se abarrotam deles, uma Alemanha com entraves políticos é tudo o que não se precisa.

Neste mesmo fim de semana, Trump conseguiu a insuperável façanha de se indispor com TODOS os jogadores da NFL e da NBA. Disparando twitters a torto e a direito, além de brigar com Stephen Curry, uma das maiores estrelas do basquete americano, sugeriu aos donos dos clubes das duas ligas que despedissem os jogadores que não se levantaram durante a execução do Stars and Stripes Forever. Como a maioria dos atletas são negros, e todos os donos de clube são brancos, a imprensa anti-Trump já levou a coisa para o lado racial.

Na Venezuela, Maduro ainda não apodreceu graças ao apoio de uma parte da população e, claro, das Forças Armadas. Mas é evidente que a corda se estica cada vez mais. Questão de tempo. Tempo também é o que corre para Michel Temer, sem cacife político e credibilidade para fazer passar as reformas de que o Brasil precisa para sair do atoleiro estrutural em que se encontra. Com o Governo falido, a classe política corrompida e o povo dividido, a saída para um futuro menos tumultuado parece cada vez mais distante. Ou não, se é que me entendem...

Com este quadro, a nova Era nascida da conjunção estelar parece ratear logo no início. Vai ser preciso alinhar mais planetas...

Oswaldo Pereira
Setembro 2017



4 comentários:

  1. Ficaram faltando a vingança da mãe natureza com terremotos e furacões nunca dantes acontecidos, esfregando na cara do nuts Trump, o que seus correligionários apavorados não têm a coragem de esfregar e morem de medo como morrem de medo os frenéticos militares que fazem pano de fundo ao ditador norte coreano com seus aplausos nervosos em pose para as câmeras.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito esquisito o mundo de hoje... Do jeito que está, nem precisamos do apocalipse....

      Excluir
  2. É!!! O mundo está cada dia mais cheio de grandes eventos "estranhos".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bota estranho nisto... Nem o futurólogo mais louco seria capaz de prever Trump, Kim Jong-un, Maduro, Erdogan e Putin convivendo num só espaço de tempo. Êta coquetel explosivo...

      Excluir