sexta-feira, 30 de junho de 2017

IMPEACHMENT 2?



Ser repetitivo é um dos grandes pecados de quem escreve. Mas, afinal, vou preferir correr este risco.

Talvez em uma boa meia dúzia de textos publicados neste blog, eu repeti, como um disco encravado, que a figura do impeachment, tão na moda entre nós nesta conturbada atualidade brasileira, embora tipificado na jurisdição, não acontece sem que uma conjugação de fatores intrínsecos e extrínsecos prevaleça. Para usar uma figura mais simples, tem de haver a tempestade perfeita.

As razões legais para a instauração do processo de impedimento de um Presidente são o flagrante descumprimento das normas constitucionais, o desrespeito aos limites orçamentários sem aprovação do Congresso ou a prática de comprovados delitos penais. Em maior ou menor grau, quase todos os ocupantes da cadeira de supremo mandatário do país, desde Deodoro da Fonseca, resvalaram na fronteira desses procedimentos ilícitos. Só dois se defrontaram com a realidade de um processo de impeachment. Fernando Collor e Dilma Rousseff. A causa? Duas tempestades, cujos ingredientes somavam uma combinação letal de correntes contrárias.

No caso de Collor, as nuvens da tempestade foram a tentativa de implantar a República de Alagoas no centro do poder, alienando uma tribo inteira de caciques políticos; o malogrado, e violento, plano heterodoxo de combate à inflação, promovendo um inédito confisco da pequena poupança; a contrariedade de grandes interesses pela abertura do mercado brasileiro, quebrando barreiras alfandegárias que protegiam ineficientes grupos industriais pátrios da concorrência externa, fechando o guarda-chuva que escondia cartéis obscenos e, finalmente, o seu abandono pela mídia que o havia criado.

No caso de Dilma, foi sua arrogância, sua proverbial incompetência, sua incapacidade de entender a situação nacional e sua falta de humildade em admiti-la. Com seu jeito brusco e tosco, humilhou ou estranhou um cortejo de apoiadores que, aos poucos, foram-se afastando.

Assim, fica entendido que só a mera contravenção de alguns princípios constitucionais não é suficiente para defenestrar regimentalmente um Presidente. Os ingredientes da receita têm de juntar a isto a falta de apoio popular, uma desastrosa situação econômica, o desabamento da base política de sustentação, a hostilidade da mídia e, last but not least, um carisma frouxo.

Estou escrevendo isto para a turma do FORA TEMER! Não há dúvida de que o nosso atual Presidente já está preenchendo o primeiro requisito legal. A suspeitíssima conversa no apagar das luzes de um dia de março, num salão palaciano, com um robber baron, que, num linguajar cheio de reticências, relata uma história recheada de jabaculês, já está prestes a torna-lo réu. Apoio popular, bem... este já despencou a níveis quase desprezíveis. Seu carisma é de mordomo de filme de terror. A Rede Globo fez um estranho meia-volta-volver e passou a ataca-lo. Mas...

O Brasil vem dando sinais de recuperação. São ainda tênues, mas podem se tornar sustentáveis, se as reformas tramitarem no Congresso. Um plus. Na mesma vertente, o Governo ainda conta com uma sólida base parlamentar, sólida o bastante para rechaçar os pedidos de instauração de inquérito contra o Presidente.

Portanto, pode ser que eu me engane, mas, enquanto estas duas realidades existirem, um impeachment pode ficar só no horizonte e Michel Temer, para o bem ou para o mal, deverá presidir este país até 31 de dezembro de 2018.

Oswaldo Pereira
Junho 2017



15 comentários:

  1. Oswaldo, lo que tu comentas en tu blog no es nada nuevo. Aqui in España la corruptión está a la orden del día, así como en Italia, Grecia, etc etc. Los bancos estàn en quiebra y, poco a poco van cayendo como moscas.....
    Todo esto siempre ha existido, sólo que antes no se sabía, todo estaba tapado por la prensa u ahora no, ésta es la diferencia. Un abrazo, Giovanna.

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    1. Estoy de acuerdo contigo. Hoydia la prensa libre puede abrir las puertas de la corrupción. Lastima que el pueblo continua a elegir bandidos...

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    2. Porqué será? There must be a reason: cuales y por qué razón.

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  2. Oswaldo, lo que tu comentas en tu blog no es nada nuevo. Aqui in España la corruptión está a la orden del día, así como en Italia, Grecia, etc etc. Los bancos estàn en quiebra y, poco a poco van cayendo como moscas.....
    Todo esto siempre ha existido, sólo que antes no se sabía, todo estaba tapado por la prensa u ahora no, ésta es la diferencia. Un abrazo, Giovanna.

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  3. O dono da casa ao lado, q está a venda, comentou comigo sobre a dificuldade de encontrar um comprador. "Antes,circulava o $$$ da corrupção. Agora nem isso".

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  4. Eike Batista declarou q a participação financeira dele nos últimos eventos tinha por objetivo, apenas, fazer a política andar.

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    1. Este é o combustível que faz a política nacional andar. Ou será desandar?...

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  5. Nosso país vive mais um momento de crise total...que Deus permita que os poucos poderosos éticos conseguim fazer o possível para amenizar o desgoverno do Brasil. Particularmente sou a favor do impeachment. Sempre serei contra este tipo de líderes. Que sejam cumpridos os passos exigidos por uma República Democrata...que não sobrevive por existir no papel de seus políticos e povo! Triste!

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    1. O problema mais grave é que, no atual horizonte dos homens públicos brasileiros, não há ninguém com probidade suficiente para reverter o jogo. O sistema político do país está definitivamente corrompido. Manter o ideal democrático num quadro destes é uma tarefa sobre-humana.

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  6. Vejo que há homens que estão lutando pela cadeia aos corruptos. Temos um MORO que é homenageado não só no Brasil mas EEUU., Itália e tantos países que o chamam para explicar a guerra aos corruptos. Também grande parte do Superior Tribunal encabeçados pela PRESIDENTE são e parte deles são homens de bem. Acredito que a corrupção não acabará completamente mas os que estão já presos e ainda muitos como o bandido do LULA e da DILMA e os que estão já condenados ficarão muitos anos na cadeia, e serão os exemplos de que o Brasil está mudando.A juventude está participando de tudo e o Brasil não será o mesmo depois que tivermos o CHEFE LULA na cadeia, e por muitos e muitos anos, ali ficando o exemplo "não vale a pena roubar os milhões que estão em cofres no exterior".

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    1. Deus te ouça, Cleusa. Mas o Brasil precisa de alguém que reverta o desastrado curso em que estamos, principalmente no que se refere à Educação, não só a básica e curricular, mas a cívica, a social, a moral e a familiar. Quem poderá ser?

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  7. Oswaldo
    Voce mais uma vez esta certo a tempestade que justificaria o impedimento do Temer é fraca .a menos que ele por sua incomodidade queira sair mas não oo fara.
    Enquanto isso a economia interna respira a pesar das incertezas e tenho certeza que vai melhorar.Temos que pensar depois de 31 de 2018 quem vai ser o escolhido por nos cidadãos ou pelo poder econômico externo.
    Emilio Telleria

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    1. Vamos ver. A redenção seria um nome surgir no horizonte, porque as escolhas atuais são deploráveis...

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