Ser repetitivo é um dos grandes pecados de quem escreve. Mas, afinal, vou preferir correr este risco.
Talvez em uma boa meia dúzia
de textos publicados neste blog, eu
repeti, como um disco encravado, que a figura do impeachment, tão na moda entre nós nesta conturbada atualidade
brasileira, embora tipificado na jurisdição, não acontece sem que uma
conjugação de fatores intrínsecos e extrínsecos prevaleça. Para usar uma figura
mais simples, tem de haver a tempestade
perfeita.
As razões legais para a
instauração do processo de impedimento de um Presidente são o flagrante descumprimento
das normas constitucionais, o desrespeito aos limites orçamentários sem aprovação
do Congresso ou a prática de comprovados delitos penais. Em maior ou menor
grau, quase todos os ocupantes da cadeira de supremo mandatário do país, desde
Deodoro da Fonseca, resvalaram na fronteira desses procedimentos ilícitos. Só
dois se defrontaram com a realidade de um processo de impeachment. Fernando Collor e Dilma Rousseff. A causa? Duas tempestades, cujos ingredientes somavam
uma combinação letal de correntes contrárias.
No caso de Collor, as
nuvens da tempestade foram a tentativa de implantar a República de Alagoas no centro do poder,
alienando uma tribo inteira de caciques políticos; o malogrado, e violento, plano
heterodoxo de combate à inflação, promovendo um inédito confisco da pequena
poupança; a contrariedade de grandes interesses pela abertura do mercado
brasileiro, quebrando barreiras alfandegárias que protegiam ineficientes grupos
industriais pátrios da concorrência
externa, fechando o guarda-chuva que escondia cartéis obscenos e, finalmente, o
seu abandono pela mídia que o havia criado.
No caso de Dilma, foi
sua arrogância, sua proverbial incompetência, sua incapacidade de entender a
situação nacional e sua falta de humildade em admiti-la. Com seu jeito brusco e
tosco, humilhou ou estranhou um cortejo de apoiadores que, aos poucos, foram-se
afastando.
Assim, fica entendido
que só a mera contravenção de alguns princípios constitucionais não é
suficiente para defenestrar regimentalmente um Presidente. Os ingredientes da receita têm de juntar a
isto a falta de apoio popular, uma desastrosa situação econômica, o desabamento
da base política de sustentação, a hostilidade da mídia e, last but not least, um carisma frouxo.
Estou escrevendo isto
para a turma do FORA TEMER! Não há dúvida de que o nosso atual Presidente já está
preenchendo o primeiro requisito legal. A suspeitíssima conversa no apagar das
luzes de um dia de março, num salão palaciano, com um robber baron, que, num linguajar cheio de reticências, relata uma
história recheada de jabaculês, já
está prestes a torna-lo réu. Apoio popular, bem... este já despencou a níveis
quase desprezíveis. Seu carisma é de mordomo de filme de terror. A Rede Globo fez um estranho meia-volta-volver e passou a ataca-lo.
Mas...
O Brasil vem dando
sinais de recuperação. São ainda tênues, mas podem se tornar sustentáveis, se
as reformas tramitarem no Congresso. Um plus.
Na mesma vertente, o Governo ainda conta com uma sólida base parlamentar,
sólida o bastante para rechaçar os pedidos de instauração de inquérito contra o
Presidente.
Portanto, pode ser que
eu me engane, mas, enquanto estas duas realidades existirem, um impeachment pode ficar só no horizonte e
Michel Temer, para o bem ou para o mal, deverá presidir este país até 31 de
dezembro de 2018.
Oswaldo
Pereira
Junho
2017
Oswaldo, lo que tu comentas en tu blog no es nada nuevo. Aqui in España la corruptión está a la orden del día, así como en Italia, Grecia, etc etc. Los bancos estàn en quiebra y, poco a poco van cayendo como moscas.....
ResponderExcluirTodo esto siempre ha existido, sólo que antes no se sabía, todo estaba tapado por la prensa u ahora no, ésta es la diferencia. Un abrazo, Giovanna.
Estoy de acuerdo contigo. Hoydia la prensa libre puede abrir las puertas de la corrupción. Lastima que el pueblo continua a elegir bandidos...
ExcluirPorqué será? There must be a reason: cuales y por qué razón.
ExcluirSe yo supiera la respuesta...
ExcluirOswaldo, lo que tu comentas en tu blog no es nada nuevo. Aqui in España la corruptión está a la orden del día, así como en Italia, Grecia, etc etc. Los bancos estàn en quiebra y, poco a poco van cayendo como moscas.....
ResponderExcluirTodo esto siempre ha existido, sólo que antes no se sabía, todo estaba tapado por la prensa u ahora no, ésta es la diferencia. Un abrazo, Giovanna.
O dono da casa ao lado, q está a venda, comentou comigo sobre a dificuldade de encontrar um comprador. "Antes,circulava o $$$ da corrupção. Agora nem isso".
ResponderExcluirA pergunta é: isto é bom ou mal?...
ExcluirEike Batista declarou q a participação financeira dele nos últimos eventos tinha por objetivo, apenas, fazer a política andar.
ResponderExcluirEste é o combustível que faz a política nacional andar. Ou será desandar?...
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ResponderExcluirNosso país vive mais um momento de crise total...que Deus permita que os poucos poderosos éticos conseguim fazer o possível para amenizar o desgoverno do Brasil. Particularmente sou a favor do impeachment. Sempre serei contra este tipo de líderes. Que sejam cumpridos os passos exigidos por uma República Democrata...que não sobrevive por existir no papel de seus políticos e povo! Triste!
O problema mais grave é que, no atual horizonte dos homens públicos brasileiros, não há ninguém com probidade suficiente para reverter o jogo. O sistema político do país está definitivamente corrompido. Manter o ideal democrático num quadro destes é uma tarefa sobre-humana.
ExcluirVejo que há homens que estão lutando pela cadeia aos corruptos. Temos um MORO que é homenageado não só no Brasil mas EEUU., Itália e tantos países que o chamam para explicar a guerra aos corruptos. Também grande parte do Superior Tribunal encabeçados pela PRESIDENTE são e parte deles são homens de bem. Acredito que a corrupção não acabará completamente mas os que estão já presos e ainda muitos como o bandido do LULA e da DILMA e os que estão já condenados ficarão muitos anos na cadeia, e serão os exemplos de que o Brasil está mudando.A juventude está participando de tudo e o Brasil não será o mesmo depois que tivermos o CHEFE LULA na cadeia, e por muitos e muitos anos, ali ficando o exemplo "não vale a pena roubar os milhões que estão em cofres no exterior".
ResponderExcluirDeus te ouça, Cleusa. Mas o Brasil precisa de alguém que reverta o desastrado curso em que estamos, principalmente no que se refere à Educação, não só a básica e curricular, mas a cívica, a social, a moral e a familiar. Quem poderá ser?
ExcluirOswaldo
ResponderExcluirVoce mais uma vez esta certo a tempestade que justificaria o impedimento do Temer é fraca .a menos que ele por sua incomodidade queira sair mas não oo fara.
Enquanto isso a economia interna respira a pesar das incertezas e tenho certeza que vai melhorar.Temos que pensar depois de 31 de 2018 quem vai ser o escolhido por nos cidadãos ou pelo poder econômico externo.
Emilio Telleria
Vamos ver. A redenção seria um nome surgir no horizonte, porque as escolhas atuais são deploráveis...
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