Como todo país inteligente, Portugal tem
investido pesado em turismo. Aproveitando o declínio e a insegurança de outros
destinos turísticos, como Tunísia, Egito e Turquia, por exemplo, antes sonho de
consumo dos europeus nórdicos, e marqueteando
com extrema habilidade seu clima temperado, a sua prodigiosa História e a excelência
de sua infraestrutura hoteleira, Portugal está na moda. Em 2018, a expectativa
é de mais de 24 milhões de visitantes.
E basta andar por aqui para constatar
esta verdade. Do Terreiro do Paço às praias do Algarve, dos vales do Minho às
planuras do Alentejo, turistas de todas as categorias se regalam com
intermináveis dias de sol, pratos regionais de revirar os olhos, vinhos
soberbos na melhor relação custo/benefício deste lado do Mundo e paisagens
ainda pristinas se alongando por entre pedaços de um rico e majestoso passado.
Mercê de um excelente sistema de
autoestradas, que fazem ainda menores as distâncias já reduzidas de um país
geograficamente pequeno, a descoberta das inúmeras sutilezas de seu território resulta
numa tarefa fácil, tranquila e extremamente prazerosa. Ciente disto, o Governo
português vem, desde a virada deste século, disponibilizando recursos às
administrações municipais, além de crédito e vantagens fiscais a empreendedores
privados, para recuperação e manutenção de sítios naturais e históricos de
interesse e potencial turísticos. E, acredite, são muitos. Com quase 900 anos
de existência, fora seu período pré-independência, que remonta ao tempo dos
fenícios, e abençoado com dezenas de regiões de climas diversos, Portugal é
sempre uma novidade.
Um exemplo.
A mais ou menos 30 quilômetros da cidade
do Porto, existe uma belíssima região em cujo território corre um sinuoso rio,
esgueirando-se por entre encostas escarpadas, formando em seu caminho ora
furiosas corredeiras, ora remansos de profunda calma. Conhecida como a Garganta do Paiva, é o cenário onde o
rio do mesmo nome oferece paisagens deslumbrantes, até há pouco conhecida
apenas por tenazes montanhistas e empedernidos aficionados do rafting.
Em junho de 2015, ciente das
possibilidades turísticas do lugar, o Governo português fez construir um passadiço, ou seja, um extenso caminho
em madeira ao longo da margem esquerda do Paiva. Margeando o fluxo d’água por
mais de 8 quilômetros, iniciando com uma subida de 400 metros e mais de mil degraus,
esse passadiço propicia um passeio inesquecível, no qual, a cada curva, o
visitante se depara com uma natureza ainda em estado puro, em que cabras
montesas equilibram-se nas pedras, árvores fornecem sombras acolhedoras, a
vista se perde nos encantos do vale acentuado e um silêncio reverencial parece tudo
rodear.
Em junho de 2016, entretanto, um incêndio,
insuflado em grande parte pelo denso eucaliptal que cobria as encostas, destruiu
1.200 metros do percurso. Felizmente, em rápida ação, as autoridades
portuguesas repararam o dano, reconstruído a parte afetada e cuidando para que
árvores autóctones substituíssem os eucaliptos.
E os Passadiços lá estão, novamente em
todo o seu esplendor, como pude constatar há dias, numa abençoada manhã de verão
tardio.
Oswaldo
Pereira
Outubro
2018
Imagino, por sua descricao o que deve ser es
ResponderExcluirte lugar.E bem perto de Lisboa.Fiquei impressionada com as estradas quando estive em Portugal.Vi a facilidade para visitar as regioes que escolhemos.Para mim Portugal e' um primor.Amo estar ai e sentir a hospitalidade do povo.
É um pequeno grande paraíso!
ExcluirEstamos loucos para visitar Portugal
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