Acho que já vivi o bastante para
perceber que nenhuma sociedade poderá progredir sem Educação. Não conheço povo
algum que tenha crescido e se desenvolvido, ou até sobrevivido, sem nela investir
pesadamente, gerações a fio, privilegiando-a acima de qualquer outra atividade
ou interesse. Para exercer a pleno a Democracia, por exemplo, necessário é que
ela exista para proporcionar escolhas sensatas, garantir vigilância atenta e infundir
o respeito à coisa pública.
Também não encontro país que tenha
atingido um razoável patamar de Nacionalidade sem preservar com amor
reverencial sua Cultura, e sem cultuar a sua História. Sem passado não há
futuro. É uma frase gasta, eu sei, mas nem por isso menos verdadeira.
Assim, como qualquer brasileiro, ou mesmo
qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade cultural, estou profundamente
triste com a destruição do Museu Nacional da Quinta da Boavista.
Mas, a profundidade da minha tristeza é
maior porque sei que estamos, mais uma enésima
vez, diante de um ciclo. O que está acontecendo agora, Brasil afora, é
novamente a repetição do que acontece toda vez que o país é golpeado por uma
tragédia.
Primeiro choramos, nos espantamos e enraivecemo-nos.
Depois, vamos procurar os culpados, e somos capazes de encontrá-los em todo
lado. No caso do Museu, balões, falta d’água nos hidrantes, administradores
relapsos, prefeituras e governos incompetentes, inspeções malfeitas ou
relegadas, falta ou atraso de verbas. Muitos ou talvez todos têm culpa no
cartório. Puníveis, portanto.
Aí, entretanto, vem a continuação do
ciclo. O Tempo. Aos poucos, o assunto se esvai para o andar de baixo das
notícias. Apesar dos anátemas furiosos, ninguém vai ser punido. Os belos
discursos que prometem reconstruções e aportes generosos cairão na indiferença
e as verbas prometidas serão desviadas.
E a vida vai continuar, até a próxima
tragédia e um novo ciclo de comiseração provisória se iniciará. A medida curta
da nossa memória se encarregará de nos condenar à sina pobre de um povo sem
Cultura. E sem Educação.
Oswaldo
Pereira
Setembro
2018
Sinto a tua tristeza pois ali também estava parte importante da nossa história comum.bjs para ambos
ResponderExcluirNão aprendemos as lições dos portugueses...
ExcluirExatamente Oswaldo, nosso descaso com o passado vem se aprofundando, parece coisa orquestrada, zerar a história para reescreve-la de acordo com interesses ideológicos. A medida que as gera;ões se sucedem esse apagamento do passado inaugurará uma plebe ignorante e facilmente manipulável.
ResponderExcluirE este é o grande desígnio de quem quer o poder a qualquer preço.
ExcluirUma tristeza sem fim ,para Portugueses e Brasileiros.
ResponderExcluirTudo o que está ruim pode piorar....
ExcluirO que mais acabou com nossa educação foi a falta de escolas onde se aprendem as matérias básicas, bem colocadas e cobradas pelos professores.Ai então os alunos estarão preparados para disciplinas que os colocarão em situação do aprendizado mais profundo que lhes dará a capacidade de escolher uma profissão. De uns vinte anos para cá, isso não aconteceu.Colocaram matérias soltas e os alunos ficaram sem base para escolha e sem base de aprendizado.OLHA que MEDICOS temos hoje, para falar só deles
ResponderExcluirMaus médicos, advogados analfabetos, engenheiros incompetentes... É esta a safra que estamos colhendo...
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