SEJA
CURIOSO!
Esta
é uma de suas muitas frases. Uma exortação para que as pessoas se interessem
por tudo que as cerca, o solo em que pisam, o ar que respiram. O Universo onde
moram. Pela vida, enfim. Afinal, a vida foi um bem que o destino quase lhe escamoteou
muito cedo. A doença que o afligiu costuma matar em pouco tempo. Mas, com ele
foi diferente. Com ele, a curiosidade inata posta a serviço de uma férrea
vontade de viver fê-lo desabrochar para a ciência. Uma flor imperfeita, talvez.
Mas, mesmo assim, ou talvez por isto mesmo, magnífica.
Nascido
no mesmo dia da morte de Galileu e morto no mesmo dia do nascimento de
Einstein, ele iguala as efemérides em importância e conhecimento. Nasceu em
Oxford e morreu em Cambridge, além de ter ocupado a mesma cátedra de Isaac
Newton. Assim, à curiosidade e à tenaz capacidade de sobrevivência, temos de somar
Predestinação. Stephen Hawking tinha de ser o que foi. Um dos maiores
cientistas da História Moderna.
Sua
notoriedade teve início com a publicação do livro “Uma Breve História do Tempo”.
Afinal, teses e teorias científicas haviam sempre ficado além da compreensão do
homem comum. Suas conclusões pertenciam ao reino dos salões acadêmicos, de senhores
encasacados e iniciados sisudos, de grossos volumes de árido linguajar. Hawking
quebrou esta chave. Seu livro aproximou o rarefeito do cotidiano, traduziu o patuá intrincado das publicações
entendidas apenas pelos membros da Academia
para uma linguagem de café da manhã.
Ao
mesmo tempo, Stephen Hawking aprofundou suas pesquisas em física quântica,
cosmologia teórica e, principalmente, sobre os buracos negros. Sua incansável
atividade intelectual despertou uma continuada admiração nas comunidades
científica e leiga. Tudo isto confinado numa cadeira de rodas e progressivamente
perdendo sua batalha contra a esclerose lateral amiotrófica que o apanhara aos
21 anos. No final, só os movimentos de seus olhos eram capazes de assegurar sua
comunicação com o mundo.
Mesmo
assim, Hawking não era uma unanimidade. Muitos cientistas o acusaram de ter-se
transformado mais num espetáculo midiático do que num sábio. Outros refutaram
muitas de suas terias sobre o Universo e sua negação da existência do Bóson de Higgs (alguém sabe que diabos é
isso?...)
Hawking,
entretanto, já está no panteão dos deuses da ciência. Seus livros, suas
aparições na mídia e sua inconfundível figura emblemática o perpetuarão no
mesmo céu onde vivem Galileu, Einstein, Newton e outros pais da ciência.
Oswaldo Pereira
Março 2018
Seguindo o conselho dele, sempre fui "curiosa" a respeito de suas "façanhas".Sempre lendo o que jornais e Time publicam . É inalcansável para mim entender mas a respeito do "buraco negro"e que li no Time, nada entendi, mas se ele disse , só posso dizer que EXISTE. E com todas as razões que ele descreve.
ResponderExcluirAssim são os gênios, escrevem para eles entenderem e nós acreditarmos.
Só o fato de ter conseguido a influência e a admiração que teve, apesar da terrível doença que o relegou a um corpo onde apenas o cérebro funcionava, já atesta seu inquestionável valor.
ExcluirSIM, ELE VIVEU O QUE O LEVOU A VIVER: A ANSIA DE ESTUDAR O QUE SÓ É POSSÍVEL A POUQUÍSSIMOS .IMPRESSIONA A FIRMEZA E CERTEZA DE CONSTRUIR E DEIXAR RESPOSTAS, E INCERTEZAS CONSTRUÍDAS COM OS ESTUDOS QUE O DERAM VIDA POR TEMPO DE SER ADMIRADO E AGRADECIDO DE UM MUNDO.
ResponderExcluir