É quase impossível
falar do Brasil de hoje sem falar de Lula. E é difícil falar de Lula, saber como seu verbete vai entrar para os livros. Como vamos ler sobre ele no futuro?
Se fosse
daqui a 20 ou 30 anos, seria mais fácil. O distanciamento dos anos tende a
amadurecer o julgamento. O post mortem providencia
as datas de começo e fim, encerrando num período definido o legado de uma vida,
a obra completa, a mensagem definitiva.
Todas as grandes
figuras públicas foram polêmicas em seu tempo. Faz parte. Agradar a todos nunca
foi apanágio dos homens e mulheres que saíram de seu anonimato e partiram para
abrir sua alma ao mundo, tentar mudar o curso, trazer algo novo, inspirar,
liderar ou, simplesmente, transformar seu nome num verbete da
História.
Exemplos? Juscelino
Kubitschek é hoje uma quase unanimidade. Brasília, 50 anos em 5, o Presidente Bossa
Nova, a indústria automobilística. São ícones poderosos que acalentam a imagem pura
de um governante esclarecido. Na sua época, estava longe de ser isto. A roda
inflacionária disparada pelo afã de construir a nova Capital, os muitos fios de
corrupção espalhados pelos meandros do empreendimento, o esvaziamento dos
cofres dos Institutos de Previdência. Houve rebeliões armadas contra seu
Governo. Unanimidade? É claro que não.
Mais para traz, temos
Getúlio Vargas. Venerado hoje como o “pai dos pobres”, o hábil negociador que
nos deu a Siderúrgica de Volta Redonda e a legislação trabalhista, foi um
ditador implacável com seus inimigos, um político matreiro e exímio na arte do
conchavo. Seu segundo termo foi um desastre, expondo um tenebroso submundo gerenciado
por apaniguados, o tristemente famoso “mar de lama”.
Evidentemente, este viés
de polêmica não é só característica dos homens pátrios. Excelsas figuras de
outros panteons também conviveram, em
sua época, com antagonismos e contradições. George Washington foi acusado de
alterar em seu proveito suas despesas de viagens, Abraham Lincoln teve metade
do país contra si, Winston Churchill nem conseguiu ser reeleito ao término da
Segunda Grande Guerra, dizem que Frederico o Grande era gay. Havia até, no início do século XVIII, quem achasse a música de
Mozart rebuscada e brega.
Só o tempo vai apagando
os pecados, soterrando os desvios, depurando a memória, “limpando” a biografia.
Lula ainda está escrevendo sua história e sua imagem ainda está sendo composta. Qual será o veredito final? Ladrão cínico? Líder carismático? Perguntem-me daqui a 50
anos...
Oswaldo
Pereira
Julho
2017
Está excelente sua avaliação em relação aos governantes citados.Quanto ao Lula vejo que sua história já está escrita. Começou cortando o dedinho para não trabalhar e não fez falta para roubar.Fazer os pobres mais pobres foi o que mais agrediu nossa história e isso não tem retorno, está feito.Sim, só o tempo nos mostra a realidade dos momentos passados, mas o que temos passado nunca será esquecido e, se Deus quizer, será passado.O brasileiro tem coragem, é trabalhador e consiguirá reverter esta situação, se Deus quizer.Penso que o seu veredito final está certo :LIDER CARISMÁTICO E LADRÃO CÍNICO.Infelizmente para nós brasileiros. Como os pobres estão mais pobres e sem esperança !Mas temos homens, a maioria, que lutam, escrevem, trabalham e têm esperança. Já se pode ver uma luz no final porque temos um MORO que surgiu do Paraná e estudou e se sacrifica estudando e dando exemplo e em risco de vida e está mostrando os roubos...Triste mas com a esperança de renovação com a ajuda dos jovens.
ResponderExcluirUma lição de esperança. Se todos os brasileiros pensarem como você, o futuro poderá ser nosso (ou melhor, das próximas gerações). Mas, alguma coisa acontece quando o brasileiro corajoso, honesto e trabalhador assume uma função pública...
Excluir