De repente, a gente se
dá conta. Faltam 5 meses para as eleições.
E, também de repente, a constatação nos atinge. Os candidatos à
Presidência são estes que você já sabe. Bolsonaro, Ciro, Marina, Alkmin (os
outros pré-candidatos estão afundando nas pesquisas ou não têm base partidária
para garantir sua candidatura) e ....
Pois é, ia escrever Lula. Está preso, eu sei, inelegível, eu sei. Mas,
isto é o Brasil e nunca se sabe.
Os atores, então, já
estão no palco. Não adianta ficar pensando que vai ainda surgir o cavaleiro andante
em sua armadura prateada, um herói carismático produzido por uma realidade
virtual, um Dom Sebastião voltado incólume das áfricas. Não vai. Como dizem os
americanos what you see is what you get. O
que aí está é o cardápio final da escolha que você vai ter de fazer.
Por tudo o que está
acontecendo com o país, o pleito de outubro próximo é uma encruzilhada. As
urnas vão indicar 23 Governadores e mais de 5.700 Prefeitos e a maior parte do
Congresso. E, claro, a pessoa que vai herdar uma nação que confia cada vez
menos em seus governantes, que repudia mais e mais os privilégios e a
impunidade de uma classe que o espolia.
Há indicações de que o
povo está cansado. Seja no papo do dia-a-dia com feirantes, taxistas,
professores, médicos, amigos, parentes e desconhecidos com quem esbarramos por
aí, seja nos mini vídeos que o Brasil inteiro está mandando para a Globo, seja
no caudaloso rio de lama que a Lava-Jato nos escancara, a imagem é de uma
população enojada da corrupção que campeia pelos cofres públicos. Assim, a
conscientização de que existe uma relação de causa e efeito entre o sofrimento
de doentes abandonados em hospitais, das salas de aula em decomposição, das
estradas desfeitas e do medo urbano com a mão ligeira do político safado está,
finalmente, aí.
O problema é como virar
o jogo. Com estes candidatos?...
Oswaldo
Pereira
Maio
2018