O atraso na retomada da franquia em função da longa batalha legal entre a MGM e Albert Broccoli acabou por influenciar a desistência de Timothy Dalton em continuar no papel. Quando finalmente em 1994 a questão resolveu-se, Dalton já tinha outros planos e não aceitou a oferta de fazer os próximos cinco Bonds, conforme proposto por Broccoli. A procura do substituto, que chegou a ter no radar Mel Gibson, Hugh Grant e Liam Neeson, acabou se decidindo por Pierce Brosnan, que fora descartado quando da substituição de Roger Moore por ser muito jovem na ocasião.
Muita coisa havia mudado também, no período. O Muro de Berlim caíra e a Guerra Fria terminara. A grande era romântica dos espiões chegara ao fim e achava-se que heróis como 007 tinham saído de moda. Isto, e a morte de alguns dos veteranos participantes da equipe original da franquia, como o roteirista Richard Maibaum e o designer das aberturas Maurice Binder, foram responsáveis por importantes mudanças, tanto no redirecionamento conceitual do personagem principal como até da composição do casting.
O cargo de M, chefe do MI6, foi ocupado por uma mulher, a conceituada atriz Judi Dench. O bastão da direção foi para o neozelandês Martin Campbell, depois de John Woo ter declinado, e o script baseou-se numa história do americano Michael France, que iria mais tarde escrever os roteiros dos filmes de Hulk e do Fantastic Four.
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JUDI DENCH COMO "M" |
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SEAN BEAN COMO JANUS |
Em outros papéis, Joe Don Baker, que já trabalhara em The Living Daylights como o corrupto Brad Whitaker (mais uma repetição desnecessária de casting) apareceu como o agente da CIA em São Petersburgo e Robbie Coltrane (recentemente falecido), famoso posteriormente como Hagrid na saga de Harry Potter, encarnou Valentin Zuckowsky, chefe de uma máfia russa.
O francês Eric Serra assumiu a trilha sonora, no lugar do lendário John Barry e a música título foi composta por Bono (do U2) e pelo inglês David Howell Evans, mais conhecido como The Edge. A intérprete foi Tina Turner, mas tanto o fundo musical como a canção tema tiveram pouca aceitação pela crítica. Para ouvi-la, clique neste LINK.
O filme, entretanto, obteve um bom índice de aprovação na imprensa especializada e foi um sucesso de público (bilheteria até hoje de US$ 355 milhões). Em retrospectiva, Goldeneye, que marcou o retorno de certo modo triunfante de James Bond e o início da era Brosnan, classifica-se bem no ranking dos aficionados do herói de Ian Fleming.
(continua)
Oswaldo
Pereira
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