sexta-feira, 22 de abril de 2022

BOND 60 (15): DIAMONDS ARE FOREVER (PARTE I)

 


Diamonds Are Forever, publicado em 1956 e quarto da série escrita por Ian Fleming, é considerado por muitos como um dos melhores livros do autor sobre o lendário agente secreto. O filme de mesmo nome, entretanto, é hoje classificado como um dos piores da longa existência da franquia. Dessa vez, o experimentado roteirista e adaptador Richard Maibaum, responsável por todos os scripts anteriores, errou feio.

Afastando-se largamente do enredo criado por Fleming, Diamonds Are Forever, o filme, transforma a história original, introduzindo elementos e situações notadamente absurdas e, às vezes, muito aproximadas do nonsense.

A pré-sequência tem início dentro de um estranho laboratório, onde Ernst Blofeld, o chefe da SPECTRE, desenvolve técnicas avançadas de cirurgias plásticas destinadas a criar cópias de si mesmo. Bond consegue penetrar no local e é confrontado pelo eterno vilão. Após uma sequência de lutas, 007 consegue dominar Blofeld (na verdade, um de seus sósias) e lança-lo em uma piscina de lama fervente.

Convencido de que eliminou seu grande rival, Bond retorna a Londres e é encarregado por seu chefe M de desbaratar uma quadrilha de contrabandistas de diamantes, cuja ação está preocupando as autoridades britânicas. Quando a polícia consegue prender Peter Franks, um dos elementos da quadrilha, Bond assume sua personalidade e vai ao encontro de uma receptadora em Amsterdã, que atende pelo sugestivo nome de Tiffany Case.

Franks, entretanto, consegue escapar dos policiais e vai ao encontro de Case. Bond o intercepta no prédio e os dois travam uma bem coreografada luta num exíguo elevador vintage. O agente, evidentemente, leva a melhor e mata Franks, trocando rapidamente seus cartões de identidade antes que Tiffany se aproximasse. Isto a convence ainda mais da autenticidade do disfarce (especialmente porque, para ela, Franks acabou de assassinar Bond), e os dois partem para Los Angeles com os diamantes. Para despistar os controles alfandegários, o precioso carregamento vai escondido dentro do caixão onde está o cadáver de Franks. Nos Estados Unidos, a CIA, já advertida por Bond, envia Felix Leiter (amigo e parceiro de 007 em várias aventuras anteriores) para sigilosamente abrir o ataúde e substituir as pedras verdadeiras por falsas.

Paralelamente, o filme acompanha a trajetória de Mr Wint e Mr Kidd, uma dupla de criminosos (cuja homossexualidade, mais explícita no livro, é perceptível no filme) que tem por função limpar as evidências, eliminando todos os elos da cadeia de transporte dos diamantes.  Os dois já estão numa funerária de Las Vegas, para onde Bond é levado do aeroporto, com o caixão.

Lá, os bandidos recolhem os diamantes, enquanto Wint e Kidd nocauteiam Bond e o colocam dentro de um esquife destinado ao crematório. Quando as chamas estão perto de consumir tudo, a cremação é interrompida. Os bandidos haviam descoberto que as pedras eram falsas e resolvem pressionar Bond para revelar o paradeiro das autênticas.

Vigiado, Bond vai para um cassino onde trava conhecimento com uma garota fartamente aquinhoada de seios (seu nome, mais uma brincadeira linguística de Fleming, é Plenty O’Toole) e a leva para seu quarto. Mas, a gang da funerária o espera. Rapidamente, os bandidos agarram Plenty e a jogam pela janela, numa das sequências mais conhecidas do filme (em tempo: a garota cai na piscina do hotel, muitos metros abaixo).

Se quiser, veja a cena neste LINK.

Os assassinos abandonam a cena e Bond descobre que Tiffany o aguarda na cama, com a missão de extrair dele a indicação de onde estão os diamantes. Mas, é claro, neste terreno Bond é imbatível e consegue a ganhar a lealdade de Tiffany, com a história de que os dois irão fugir com o tesouro verdadeiro. Instruída por Bond, Tiffany recupera as pedras, mas é sequestrada pelos contrabandistas.

Nesta altura, o filme revela que, no topo da quadrilha, está Blofeld, que se esconde sob a identidade de um excêntrico milionário americano. Os diamantes, afinal, são destinados a compor o núcleo de um satélite emissor de raios laser controlado pelo vilão e com o qual ele pretende leiloar entre os governos americano, soviético e chinês a supremacia nuclear.

Bond consegue seguir os sequestradores de Tiffany e, depois de várias peripécias impossíveis e até hilariantes, chega a uma plataforma oceânica de petróleo, de onde Blofeld comanda as operações do satélite. Muitas explosões, lutas e confrontos depois, 007 consegue destruir a plataforma e frustrar os planos de Blofeld. O filme termina com Tiffany e Bond retornando à Europa num transatlântico. Como ponto final, ainda há um embate derradeiro com a parelha Wint e Kidd que, disfarçados de empregados do navio, tenta sem sucesso acabar com o herói e sua acompanhante. Um pirotécnico THE END.

(continua)

Oswaldo Pereira
Abril 2022

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